Adobe vai além da área de criação

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Criadora de softwares muito populares na área de criação artística, como o Photoshop e o Illustrator, a Adobe Systems tornou-se presença obrigatória em agências de publicidade e departamentos de arte das empresas. Mais recentemente, porém, a companhia americana passou a garimpar clientes em outros ramos de atividade – de varejistas e operadoras de telefonia até o Pink Floyd, a lendária banda britânica de rock progressivo.

A mudança é resultado da transformação digital que tem alterado radicalmente vários negócios, mesmo aqueles que não pareciam tão sensíveis à internet. Com mais processos sendo redesenhados nas empresas, e de maneira mais profunda, a Adobe viu a oportunidade de expandir sua influência no mundo empresarial, em vez de ficar restrita a um segmento cativo, mas limitado. Nesse processo, precisou recriar a si mesma.

Sob o novo desenho, os softwares para criação de conteúdo foram reunidos no Creative Cloud, enquanto uma nova área, batizada de Marketing Cloud, foi criada para dar conta de outras atividades. São programas que mostram como distribuir conteúdo, medir resultados de campanhas ou ações promocionais, e encontrar uma maneira de remunerar essas estratégias. E isso em tempo real.

Por exemplo, uma loja de roupa pode reconhecer que a pessoa que acabou de entrar em seu site é um homem de 40 anos que vive no Sul, onde o inverno é mais rigoroso. Pode identificar também os hábitos de navegação do consumidor (embora não saiba sua identidade). Com isso, tem condições de exibir peças da estação adequadas à faixa etária do cliente, em vez de insistir na promoção de um vestido de verão, mais indicado a uma adolescente que vive no calor do Nordeste. A cada consumidor é exibido o que, potencialmente, é do seu interesse.

“Não existe mais separação entre uma marca e a experiência que o consumidor tem com ela, seja na internet ou em outro canal”, diz Federico Grosso, vice-presidente da Adobe para a América Latina. “A experiência é a marca.”

Egresso da HP, na qual era responsável por negócios na área de software, Grosso entrou na Adobe em agosto do ano passado, ao mesmo tempo em que a sede da empresa na América Latina era transferida de Miami para São Paulo.

“Isso mostra a importância do Brasil para a companhia e a necessidade que sentimos de nos aproximar dos clientes no país”, afirma o executivo.

“A maturidade dos clientes brasileiros é muito alta. A diferença em relação aos usuários da América do Norte não é grande e está diminuindo.”

A maior parte da receita da Adobe ainda vem dos programas para criação, mas a área mais jovem, de marketing, cresce rapidamente. No ano passado, chegou a um receita de US$ 1,170 bilhão, em meio ao faturamento total de US$ 4,147 bilhões. O resultado ficou acima da meta de crescimento de 30% fixada para a o negócio de marketing.

 

Fonte: Valor

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