Na pandemia: Ypê consegue lançar produtos, doar álcool gel e ser lembrada

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Quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, em março, a Ypê investiu na produção de álcool gel para doação. O desafio foi se unir aos parceiros para encontrar insumos, mudar a fábrica, conseguir a aprovação da Anvisa, e ainda assim a disponibilizar as primeiras unidades do produto em 72 horas.

Desde então, a companhia fabricou e doou 1,8 milhão de unidades de álcool gel. Com a dificuldade de encontrar no mercado o espessante, insumo necessário para a produção, a empresa também passou a fabricar o álcool 70% em parceria com a Raízen, e doou 1,5 milhão de unidades.

As inovações permitiram que a empresa de 70 anos ganhasse mais agilidade também com seus produtos. Durante a pandemia, observando o crescimento do uso de produtos de limpeza, a Ypê lançou um sabão em barra e um amaciante concentrado translúcido. A partir dessas iniciativas, a companhia teve duas de suas marcas entre as mais lembradas em um “Top 3” na categoria de cuidados com o lar, segundo a empresa de análise de mercado Kantar.

Veja abaixo a entrevista que , concedeu à EXAME:

Por que a Ypê escolheu produzir álcool gel em um momento no qual as pessoas correram atrás de produtos de limpeza e higiene?

Percebemos que a linha de produção do detergente líquido tem alguma semelhança de maquinário com a produção e o envase de álcool gel. Com a corrida pelo produto, desafiamos o nosso time para entrar em contato com outros fabricantes, conseguir os insumos, desenvolver o item e poder distribuir com aprovação da Anvisa. Todas as unidades foram doadas para mais de 200 hospitais e instituições. A maneira de ser foi o desejo de colaborar com a sociedade. Meu pai, fundador da Ypê, sempre foi engajado em causas sociais, então foi uma ação relativamente simples de fazer porque contou com o as pessoas que já conhecem o nosso jeito de trabalhar.

Waldir Beira Júnior, CEO da Ypê
Como foi possível mudar as estruturas físicas em pouco tempo?

Em termos de estrutura física podemos dizer que foi uma mudança grande porque tivemos que adaptar desde os reatores para a dibuição e a mistura para o álcool até tubulações e linhas de envase e rotulagem. Teve um trabalho industrial de 24 horas por dia para as adaptações desse período. É uma força tarefa que numa condição normal de operação leva cerca de quatro meses.

Isso permite que novos processos sejam mais ágeis?

Sim, durante a pandemia fizemos dois lançamentos já de olho no novo comportamento do consumidor que passou a entender ainda mais a higiene como benefício de saúde. Um foi o sabão de barra 100% vegetal — porque a pandemia aumentou o consumo do produto. E também o amaciante concentrado com apresentação translúcida, que é uma novidade no mercado porque não tem corantes e pigmentos que mancham as roupas. Mais do que lançamentos, são esses exemplos de aprendizados e inovações ágeis em um momento adverso.

O faturamento da empresa cresceu com a busca por produtos de limpeza?

Não revelamos o faturamento, mas o desafio, especialmente no primeiro momento, foi manter o abastecimento do mercado, já que em muitos segmentos temos 50% de participação — outros 30% ou 25% — e uma interrupção na cadeia de fornecimento traria sérias consequências nos lares. Inclusive por isso precisamos contratar, já que parte dos funcionários entraram em férias coletivas ao fazer parte do grupo de risco.

Pesquisas apontaram a Ypê como a marca mais lembrada — e até admirada — pelos brasileiros neste período. Qual o motivo do resultado?

A marca Ypê está no mercado há 70 anos, é forte e tem mensagens que são lembradas pelo consumidor. Segundo a Kantar somos a marca de limpeza mais presente no lar dos brasileiros, e isso se manteve na pandemia. A doação do álcool gel e o abastecimento contínuo mostrou que podíamos continuar sem deixar de lado o cliente e também quem mais precisa na sociedade. Isso reflete valores e consolida atributos de marca.

Fonte Exame.com
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