Lucro da BRF desaba no 4º tri, mas fecha ano com alta de 38%

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O lucro líquido da empresa de alimentos BRF recuou 60 por cento no quarto trimestre de 2013, para 208 milhões de reais, por gastos financeiros e despesas operacionais mais elevados em um ambiente de vendas mais fracas no mercado interno. A empresa líder nas vendas globais de carne de frango e quarta maior exportadora do país encerrou o ano, contudo, com lucro de 1,1 bilhão de reais, alta de 38 por cento ante 2012.

A BRF teve lucro líquido de 208 milhões de reais nos últimos três meses de 2013, abaixo das estimativas, ante 520 milhões de reais no mesmo período do ano anterior, informou a empresa nesta quinta-feira. A média das estimativas em relatórios de seis bancos e corretoras apontava para uma queda de 44,3 por cento no lucro, para 313 milhões de reais.

A receita líquida somou 8,2 bilhões de reais no trimestre, alta 0,8 por cento na comparação anual. O volume total de vendas, contudo, caiu 8,1 por cento na mesma comparação, para 1,5 milhão de toneladas. No comunicado, a empresa disse que o resultado refletiu “um ambiente de consumo mais desafiador no mercado interno, desde meados de 2013, o que também comprometeu volumes”.

As vendas internas geraram 4,719 bilhões de reais no trimestre, enquanto as externas somaram 3,489 bilhões de reais. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) trimestral, importante indicador operacional, caiu 2 por cento, para 773 milhões de reais.

As despesas operacionais cresceram 8,9 por cento no trimestre, para 1,4 bilhão de reais. No ano, essas despesas somaram 5,1 bilhões reais, alta de 8,1 por cento ante 2012.

As despesas administrativas subiram com a contratação de consultorias externas, para dar suporte aos projetos do Plano de Aceleração e ao Planejamento Estratégico da BRF, e com gastos maiores com tecnologia da informação e campanha de marketing.

As despesas financeiras líquidas saltaram 185 por cento no quatro trimestre, para 259,7 milhões de reais, e 31 por cento no ano, para 747,5 milhões de reais, reflexo do aumento da dívida bruta, elevação de juros e impacto da variação cambial. Analistas consideram que a empresa ainda deverá apresentar resultados voláteis ao longo deste ano por conta do período de transição vivido pela BRF, formada pela aquisição da Sadia pela Perdigão.

Resultado do Ano

A receita líquida no ano subiu 7 por cento para 30,5 bilhões de reais no ano. “(A receita reflete) resultado da performance de vendas…, principalmente, nos primeiros trimestres do ano, com destaque para o mercado externo, que apresentou uma melhora de receita de 12,9 por cento em relação a 2012, com o benefício da desvalorização cambial no período.” Segundo a companhia, o câmbio oscilou acima do esperado, permitindo fechar o ano com boas perspectivas para 2014.

A empresa espera inaugurar ainda este ano a fábrica de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a primeira construída pela BRF fora do Brasil, dando sequência a um plano de expansão nas vendas externas de maior valor agregado em curso na companhia.

O volume total comercializado pela empresa diminuiu 7,4 por cento em 2013, para 5,9 milhões de toneladas, pressionado pelo desempenho do mercado interno. Contudo, os repasses de preços no mercado interno e melhora de mix vendas –que inclui produtos de maior valor agregado– permitiu à empresa garantir melhores margens, sustentando a receita e o lucro do período.

“No que tange o resultado anual, as receitas do mercado interno atingiram 13 bilhões de reais, 2,8 superior a 2012, com crescimento mais representativo no primeiro semestre do ano”, disse a companhia.

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