Coca-Cola ameaça interromper produção no Brasil se não recuperar subsídios

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A Coca-Cola ameaça interromper sua produção de refrigerante na Zona Franca de Manaus e deixar o Brasil caso Governo não devolva ao setor os benefícios que tinham antes da paralisação dos caminhoneiros, segundo informações da Folha de São Paulo. Para conceder a diminuição no preço do diesel, exigida pela categoria na época, o presidente tomou medidas que, na prática, tiveram como consequência a diminuição de incentivos fiscais para a indústria de refrigerante.

Com a mudança, a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) passou de 20% para 4%. A princípio, isso representaria uma redução no imposto. No entanto, muitas companhias do setor – principalmente as grandes – fazem sua produção na Zona Franca de Manaus, com isenção de tributos. Por esse motivo, os 20% que seriam cobrados tornavam-se créditos para elas. Agora, o benefício fiscal passaria a ser de apenas 4%, o que, segundo a Abir (Assosiação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes), não é incentivo suficiente.

A associação estaria pressionando o governo para que a situação seja resolvida antes do fim do mandato de Temer, e pede que o IPI aumente para pelo menos 15%. Caso contrário, as empresas que fazem parte da Abir, entre elas a Coca-Cola, Ambev e Pepsi, ameaçam cortar 15 mil empregos diretos, pois preveem uma retração de cerca de R$ 6 bilhões por ano. Além disso, a Coca disse que pode destinar a produção do Brasil a alguma fábrica de outro país com incentivos mais interessantes para, como a Colômbia, apontada como melhor saída no caso.

Grandes fábricas são acusadas de superfaturamento

Por outro lado, outras questões estão sendo discutidas no processo. Pequenas fabricantes denunciam que, além do crédito, a Coca-Cola e outras grandes estariam superfaturando o produto que sai da Zona Franca.

De acordo com a Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), a renúncia fiscal das multinacionais de concentrado localizadas na Zona Franca de Manaus foi de 9,1 bilhões de reais em 2016 e o preço do concentrado produzido em Manaus “chega a ser 20 vezes maior que o insumo produzido nos demais estados”.

A lógica, segundo a Afebras, é aumentar artificialmente o preço para assim ganhar mais nos créditos de IPI, o que, para Fernando Bairros, presidente da associação, torna “impossível empreender no setor de bebidas e abrir uma concorrência leal” e levou a morte de diversas pequenas fabricantes, como afirmou em entrevista à Exame.

O caso está sendo investigado pela Receita Federal, que, segundo a Folha, demanda que os executivos da Coca-Cola expliquem o porquê da fabricante vender o quilo do concentrado por cerca de R$ 200 no mercado interno quando exporta o produto por aproximadamente R$ 20.

A discussão já havia sido levada para a Justiça anteriormente, e, em março deste ano, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) julgou procedente um pedido da Fazenda Nacional sobre o caso. No site da Receita Federal, uma nota afirma que “(…) a prática que vem sendo adotada por grandes empresas do setor é a de se aproveitarem de benefícios fiscais oriundos de insumos de baixo valor agregado. Dentre os insumos que geram créditos os para fabricantes de bebidas, incluem-se até mesmo substâncias que são adquiridas no centro do país e passam por simples recondicionamento em Manaus”.

Fonte JC Online
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5 Comentários
  1. Rogerio diz

    Basófias… Coca-Cola nunca vai abandonar o mercado brasileiro e se começar a importar, vai ficar mais caro, e dará margem para as pequenas crescerem.
    Se um dia Coca-Cola decidir sair daqui, vai ser por estratégia própria independentemente do que o governo faça.

  2. Karina diz

    Foda, hein

  3. Adriano diz

    Foram fazer propaganda usando Pablo Vittar e Anita, em meio a extrema polarização politico-sócio-cultural que está acontecendo no Brasil… Isso criou uma rejeição enorme em boa fatia do mercado. Foram desatentos e estão pagando pelo erro !!!

  4. Rubens de Freitas diz

    Vai agora ou hoje, já será tarde.

  5. Elson diz

    quer ir embora que va, essa fortuna de subsideos da pra sustentar milhares de familias e se nao quiser fabricar aqui e dar emprego aos brasileiros be so proibe a venda dessa merda quero ver se vai deixar um mercado desse tamanho

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