Ainda temos muito o que crescer no Brasil, diz Whirlpool

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Em um ano de retração econômica, a Whirlpool conseguiu bons resultados com a venda de seus eletrodomésticos da marca Brastemp, Consul e KitchenAid no Brasil, segundo maior mercado da companhia no mundo, atrás apenas da operação americana. 

Dona de uma fatia de 40% do mercado de eletrodomésticos no país, a Whirlpool acredita que ainda tem muito que crescer por aqui, principalmente em segmentos pouco expressivos ainda, como o de lava-louça.

Em entrevista exclusiva à EXAME.com, Enrico Zito, presidente de eletrodomésticos da Whirlpool América Latina, conta sobre os planos da empresa, que já anunciou o lançamento de 180 produtos  no Brasil.

A Whirlpool atribui os bons resultados de 2013, mesmo em um cenário de retração, a quais motivos?
Enrico Zito: Penso que colhemos no ano os benefícios de ter bastante confiança no potencial de mercado do país, além de ter tido uma boa resposta aos investimentos que fizemos nos últimos anos para levar produtos melhores para os consumidores. O que nos beneficiou foi termos feito projeções mais conservadoras de crescimento, o que nos deu mais flexibilidade para adaptar nossas operações aos desafios que surgiram com mudança de câmbio e retração de mercado.

Essas adaptações de planos foram feitas pela Whirlpool apenas na operação do Brasil?
Zito: Há dois anos a companhia reconheceu que, a curto prazo, o cenário econômico brasileiro seria mais desafiador. Entendemos que o mercado vai ficar mais perto da estabilidade que crescer nesses próximos anos. Mas também enxergamos uma grande oportunidade de crescimento em categorias específicas, como a de refrigeradores. Apenas 30% dos que estão presentes hoje em lares brasileiros tem sistema frost-free. Estamos ampliando nossa unidade de Joinville para atender a demanda que surgirá dessa necessidade.

Há outra oportunidade específica do mercado?
Zito – Sim, muitas outras, como a de expandir as vendas de lava-louça no país. Estimamos que apenas 2% dos brasileiros tem o produto em casa. A maioria das pessoas ainda não sabe que poderia economizar com água e esterilizar as peças lavadas com um produto desse em casa. Somos os únicos com fábrica de lava-louças no Brasil, um item com um potencial imenso de vendas. Crescer em vendas no segmento é uma de nossas metas.

Houve alguma mudança de gestão para atingir esses resultados em 2013?
Zito – Não teve nenhuma mudança específica. Porém, a medida que tivemos uma pressão forte de custos, tivemos que rever nossos projetos para que eles fossem entregues mais rápido. O aumento de custos também nos levou a um reajuste de preços e simplificação de processos na empresa.

Pode exemplificar como reduziram custos em seus processos?
Zito – Investimos mais em assistência técnica. O objetivo era fazer o reparo e a revisão dos produtos logo na primeira vez que o problema era apontado pelo cliente. Isso aumentou nossa taxa de sucesso nos reparos, no contato com os consumidores e nos deu uma gestão de serviços melhor.

Pode exemplificar como reduziram custos em seus processos?
Zito – Investimos mais em assistência técnica. O objetivo era fazer o reparo e a revisão dos produtos logo na primeira vez que o problema era apontado pelo cliente. Isso aumentou nossa taxa de sucesso nos reparos, no contato com os consumidores e nos deu uma gestão de serviços melhor.

As vendas do setor foram impulsionadas pela redução do IPI para linha branca. Há algum receio da demanda cair quando os impostos voltarem?
Zito – Não temos receio da demanda ter uma queda brusca e relevante porque as mudanças de impostos foram muito bem gerenciadas. O retorno das alíquotas foi planejado para acontecer de forma gradativa, sem prejudicar nem as indústrias, nem os consumidores.

E como fica a relação dos varejistas com as fabricantes de eletrodomésticos em um cenário de maior pressão como o de agora?
Zito – Chegamos até os consumidores por meio do varejo, por isso nossa relação com eles é de parceria, não de embate. Quando é necessário reduzir custos, pensamos com eles como fazer isso sem prejudicar os consumidores. Ajustes na logística, por exemplo, podem evitar que tenhamos aumento de preço nas lojas. Também sempre trabalhamos juntos para conhecer o consumidor e as regiões do país onde queremos estar.

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