Varejo perde ritmo em agosto, mas mantém tendência de recuperação, diz IBGE

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O comércio varejista mostrou perda de ritmo em agosto, mas mantém a tendência de recuperação lenta e gradual, calcada, sobretudo, nas vendas de atividades que comercializam itens essenciais, como os supermercados, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10.

O volume vendido ficou praticamente estagnado em relação a julho (0,1%). Nos últimos três meses de resultados positivos, o varejo avançou 1,2%, segundo os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio.

“Aumentou o número de pessoas ocupadas, mas a evolução do mercado de trabalho vem sendo realizada com volume grande de informais. Os trabalhadores informais têm renda média inferior ao trabalhador formal. Isso traz uma limitação pra renda”, justificou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Um crescimento mais vigoroso do varejo depende de uma melhora na qualidade do emprego gerado no mercado de trabalho, com crescimento maior de vagas formais, que deixem mais renda disponível para consumo, defendeu a pesquisadora do IBGE.

“A recuperação do varejo vem acontecendo, está em curso, de forma lenta e gradual. E muito localizada em algumas atividades”, ponderou. “Há concentração da recuperação nos itens básicos, essenciais e contínuos, que você não pode deixar de consumir”, acrescentou Isabella.

De julho para agosto, os destaques voltaram a ser os segmentos de supermercados, com elevação de 0,6%, e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 0,2% nas vendas.

“Essas atividades (supermercados e outros artigos de uso pessoal e doméstico) há alguns meses vêm sustentando esse crescimento de ritmo no varejo. O varejo avança, mas em agosto continua avançando em ritmo menor do que julho e junho”, ponderou Isabella.

As vendas dos supermercados crescem há quatro meses consecutivos, acumulando um avanço de 3,8% no período. O setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico cresce por três meses consecutivos, acumulando elevação de 3,3%. A atividade, que inclui lojas de departamento, é a segunda mais pesada do varejo, com participação de 12,5% na pesquisa.

“Concentra grandes lojas de departamento, artigos esportivos, joias, e uma parcela de vendas online, empresas especializadas em vendas pela internet. Basicamente é uma atividade de reposição de cama, mesa e banho, é uma reposição de consumo de uso pessoal e doméstico”, explicou a pesquisadora.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume vendido ficou estável em agosto ante julho (0,0%).

Fonte Estadão
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