Temer diz que resultado do PIB de 2017 representa esperança para país

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O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 representa esperança para o futuro do país, após a economia brasileira registrar crescimento de 1 por cento no ano passado.

Temer afirmou ainda, em entrevista à rádio Tupi, do Rio de Janeiro, que o governo não desistiu da reforma da Previdência e que o tema será votado quando for encerrada a intervenção federal na segurança pública do Estado, possivelmente ainda este ano. A reforma da Previdência teve sua tramitação suspensa no Congresso em decorrência da intervenção decretada em fevereiro no Rio, uma vez que a Constituição proíbe qualquer alteração em seu texto na vigência de uma intervenção.

Economia do Brasil fica praticamente estagnada no final de 2017, mas investimento mostra força

A economia brasileira ficou praticamente estagnada no final de 2017, pior que o esperado e para fechar o ano com expansão de 1 por cento, indicando que a recuperação deverá ser menos intensa no início de 2018 mesmo após viver dois anos seguidos de forte recessão. Consumo das famílias, serviços e a indústria desaceleraram com força a expansão no quarto trimestre do ano passado, mas o lado positivo é que os investimentos aceleraram o ritmo de crescimento, uma indicação de que a recuperação deve ser sustentável.

No quarto trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país mostrou expansão de 0,1 por cento sobre os três meses anteriores, quando houve crescimento de 0,2 por cento na mesma base de comparação, mostrou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre o quarto trimestre de 2016, o crescimento foi de 2,1 por cento.

Pesquisa da Reuters com analistas mostrou que, pela mediana, as expectativas eram de expansão de 0,4 por cento do PIB no quarto trimestre de 2017 em relação ao terceiro e de 2,5 por cento sobre um ano antes. Para 2017 fechado, as contas apontavam crescimento de 1,1 por cento, depois de o país encolher 3,5 por cento tanto em 2016 quanto em 2015.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias mostrou expansão de 0,1 por cento entre outubro e dezembro passados, na margem, e de 1 por cento em 2017 todo. No terceiro trimestre sobre o período anterior, a expansão havia sido mais forte, de 1,1 por cento, perdendo ímpeto mesmo com a inflação e juros baixos e certa recuperação do emprego. “O que pode ter influenciado também o crescimento baixo do PIB no quarto trimestre foi a liberação do FGTS que foi usado concentradamente no terceiro trimestre. No último trimestre já não havia mais esse recurso disponível”, explicou a coordenadora do IBGE Rebeca Palis.

No ano, por outro lado, o consumo da família cresceu 1 por cento, depois de recuar mais de 4 por cento em 2016, após a forte redução nos juros básicos feito pelo Banco Central, incentivando o crédito, inflação baixa e alguma recuperação no mercado de trabalho. O consumo do governo, que passa por forte restrição fiscal, cresceu 0,2 por cento no final do ano passado, depois de encolher 0,3 por cento no terceiro trimestre, fechando 2017 com retração de 0,6 por cento.

A indústria também perdeu fôlego, com crescimento de 0,5 por cento no trimestre passado sobre 1 por cento entre julho e setembro passados, fechando 2017 estagnada. No mesmo período o setor de serviços mostrou expansão de 0,2 por cento sobre 0,6 por cento de crescimento no terceiro trimestre, com crescimento de 0,3 por cento no ano.

O setor agropecuário, que contribuiu fortemente para a retomada econômica no ano passado, ficou estagnado no trimestre passado, mas saltou 13 por cento em 2017 fechado por conta da supersafra, melhor desempenho da série histórica iniciada em 1996. Com isso, segundo o IBGE, o setor respondeu sozinho por 0,7 ponto percentual da expansão do PIB no ano passado.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, aumentou 2 por cento no trimestre passado, na margem, depois crescer 1,8 por cento no período anterior. No ano fechado, no entanto, encolheu 1,8 por cento, fazendo com que a taxa de investimento recuasse a 15,6 por cento do PIB, abaixo do observado no ano anterior (16,1 por cento) e a menor desde 2000.

“O crescimento está ganhando corpo, está mais espalhado (entre os setores da economia) e isso melhora a qualidade. O investimento veio bem, isso é importante porque implica que a ociosidade está reduzindo e mostrando maior confiança”, afirmou o economista-chefe da corretora Votorantim, Roberto Padovani, para quem o PIB crescerá 3,2 por cento neste ano.

“Mas o número de hoje (4º trimestre sobre o 3º trimestre) coloca um pouco de água na fervura, acalma um pouco os mais otimistas sobre como a atividade começou 2018. Está mais claro que a trajetória da economia é gradual”, acrescentou.

Para este ano, as estimativas apontam avanço do PIB geral ainda maior. Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostra que as expectativas são de crescimento de 2,89 e 3 por cento em 2018 e 2019, respectivamente.

Fonte Reuters
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