Retrospectiva 2018: os fatos mais importantes para a economia

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Greve dos caminhoneiros, guerra comercial entre as maiores economias do mundo, eleições no Brasil. O noticiário de 2018 foi movimentado, não podemos negar. A instabilidade política influenciou – e muito – em alguns meses bastante conturbados nos negócios, e as expectativas seguem altas para 2019. Lembra de tudo o que aconteceu neste ano? Reveja os acontecimentos mais importantes:

Alta recorde no dólar

Em meio às preocupações com as eleições deste ano, o dólar bateu a máxima recorde do Plano Real, chegando ao valor de R$ 4,20. A eleição presidencial, como em ocasiões anteriores, teve influência na variação do câmbio.

Em dezembro, previsões divulgadas pelo relatório de mercado Focus do Banco Central mostraram que a mediana das expectativas para o câmbio no fim de 2018 foi de R$ 3,70 para R$ 3,75, ante R$ 3,70 verificados um mês antes.

Greve dos caminhoneiros

A greve de dez dias feita pelos caminhoneiros em maio parou o País – e é a notícia mais associada à gestão Michel Temer (MDB), segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Ibope. Coordenado principalmente pelo WhatsApp de forma descentralizada, o movimento dos motoristas bloqueou estradas e nasceu de uma insatisfação comum com relação às condições de trabalho. Os caminhoneiros reivindicaram uma isenção total dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis para encerrar a paralisação e, nas negociações, o governo federal fez uma série de concessões – como a redução do diesel em 46 centavos e o congelamento do preço por um período de 60 dias, entre outras medidas exigidas pelos manifestantes.

Em setembro, os caminhoneiros seguiam insatisfeitos com o desfecho do movimento e o resultado estimado da greve foi uma redução de até R$ 48 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

PIB

Com os dois primeiros trimestres do ano marcados por índices de crescimento próximos de zero, a economia brasileira enxergou uma leve melhora no terceiro trimestre. De acordo com o IBGE, entre julho e setembro, o PIB avançou 0,8% em relação ao trimestre anterior. No final de novembro, o governo reduziu de 1,6% para 1,4% a expectativa de crescimento do PIB no ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também reduziu as previsões para o crescimento do Brasil para 2018 e 2019, que passaram a ser de 1,4% e 2,4%, respectivamente.

Desigualdade volta a crescer após 15 anos

A redução de desigualdade de renda no Brasil foi interrompida pela primeira vez em 15 anos, segundo um relatório da Oxfam Brasil, ONG dedicada ao combate da pobreza. “O país estagnou em relação à redução das desigualdades, e o pior: podemos estar caminhando para um grande retrocesso”, afirmou a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, em comunicado à imprensa. De acordo com o documento, também houve, pela primeira vez em 23 anos, retrocesso quando comparada a renda de mulheres em relação à de homens. Dados do IBGE mostram que mulheres ganhavam cerca de 72% do que homens recebiam em 2016. O número caiu para 70% na comparação com os dados de 2017.

Reoneração da folha de pagamento

Em maio, o presidente Michel Temer (MDB) sancionou a lei da reoneração da folha de pagamento, que aumenta a carga tributária de setores da economia. Foram reonerados a partir deste ano 28 dos 56 setores hoje beneficiados. Somente a partir de 2021 haverá a oneração da outra metade. Os novos recursos arrecadados com a reoneração tinham como objetivo, segundo o Governo Federal, compensar parte do impacto da redução de R$ 0,46 no valor do litro do óleo diesel nas refinarias e do congelamento dos preços por 60 dias por conta das negociações com os caminhoneiros.

Guerra comercial entre Estados Unidos e China

Em julho, o governo norte-americano aplicou tarifas sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses, dando início a uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O governo chinês fez sua retaliação na mesma moeda, impondo uma sobretaxa idêntica de um total de US$ 34 bilhões.

Após muitos apelos da maioria dos líderes do G20 reunidos na Argentina, os presidentes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, acertaram uma trégua. Ambos concordaram em buscar um acordo comercial mais ambicioso, mas a disputa parece estar longe do fim.

E o Brasil se beneficiando

O impasse entre as duas potências mundiais acabou beneficiando o Brasil. Estatísticas mostram que a China aumentou a compra de commodities brasileiras, em especial soja e barris de petróleo. Entre janeiro e novembro, as exportações para a China ultrapassaram US$ 58,7 bilhões, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Até novembro, as exportações gerais do Brasil somaram US$ 219,9 bilhões – e a expectativa é de que a venda dos produtos nacionais ao exterior encerrem 2018 com o melhor resultado em cinco anos.

Maiores economias do mundo em 2030: mudanças no horizonte

A economia norte-americana, a maior do mundo, pode não manter sua liderança por muito tempo. Um informe do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrou que, apesar de uma desaceleração gradual do crescimento, a China poderá se tornar a maior economia do mundo em 2030. Para o FMI, as perspectivas do país são sólidas, mas a organização advertiu sobre a dependência do estímulo impulsionado pelo crédito, que poderia aumentar a vulnerabilidade.

Outro estudo sinalizou a possibilidade da Índia, segundo país mais populoso do planeta, se tornar a terceira maior economia do mundo até 2030, ultrapassando Japão e Alemanha. Em 2017, a Índia ultrapassou a França e ascendeu ao sexto lugar entre as maiores economias mundiais em 2017, segundo dados do Banco Mundial.

Bitcoin

Com uma restrição regulatória no comércio de criptomoedas no início de 2018 e uma queda no interesse dos investidores, o bitcoin enfrentou algumas quedas ao longo do ano. Em novembro, o valor da maior e mais conhecida criptomoeda do mundo caiu para US$ 3.920,35, se aproximando da mínima de US$ 3.474,73 atingida em setembro de 2017. Outras criptomoedas também enfrentaram uma queda acelerada e duradoura. Em 30 dias, sete dos dez maiores ativos digitais em tamanho de mercado perderam pelo menos 30% de seu valor.

Jeff Bezos: o mais rico da história

Mais de US$ 150 bilhões. Essa é a fortuna do CEO e fundador da Amazon, Jeff Bezos. Com o montante, ele se tornou a pessoa mais rica do mundo dos últimos tempos – desde 1982, quando a Forbes lançou sua primeira lista de bilionários, não há registro de ninguém tão bilionário quanto Bezos. O título de homem mais rico do mundo até então era de Bill Gates, cofundador da Microsoft, que o conquistou em 1999.

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