A desaceleração do emprego e da renda, a inflação e a restrição ao crédito repercutiram no desempenho do comércio varejista no primeiro semestre. Em São Paulo, principal centro consumidor nacional, segundo a Associação Comercial, foi registrado aumento médio de 2,35% em relação ao mesmo período do ano.
De acordo com especialistas em varejo, o índice paulista reflete o cenário nacional. O índice está um pouco acima das projeções do PIB para 2014 – 1,6%. “Foi um primeiro semestre morno, compatível com o desempenho da economia”, diz o economista-chefe da entidade, Marcel Solimeo.
Roupas esportivas, TVs, tablets, alimentação e bebidas foram os destaques. Vestuário, veículos e material de construção foram os mais prejudicados. Segundo Solimeo, a Copa do Mundo impulsionou a venda roupas, televisores e alimentação.
O setor de vestuário foi prejudicado pelo clima quente. “A antecipação das férias escolares e os jogos da Copa também diminuíram o acesso de consumidores às lojas”, explica Solimeo.
Para a diretora da Connect Shopper, Fatima Merlin, o resultado não é ruim. “Crescer um pouco acima de 2% não é um mar de rosas, mas também não é o caos. Estamos longe disso”, diz ela.
Fatima Merlin avalia que o setor deve fechar o ano com um crescimento de 3 a 4%. Descontada a inflação, o setor de hiper, super e pequenos mercados cresceu 5,4% em 2013. “As indicações são de um crescimento moderado este ano”, reforça a diretora da consultoria.