O que a faz a startup chilena que recebeu investimento de Bezos

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“E se começássemos tudo de novo?” É nessa linha que a NotCo direcionou o seu negócio. Com proposta “revolucionária” e produtos que trazem versões novas de alimentos tradicionais, como NotMayo ou NotCheese (“não maionese” e “não queijo”), a startup chilena oferece alimentos 100% vegetais criados a partir de programa de inteligência artificial. Mesmo longe do Vale do Silício, o software Giuseppe da empresa chamou a atenção de Jeff Bezos, que liderou uma rodada de investimentos de US$ 30 milhões nesta semana – vale destacar que este é o primeiro investimento do homem mais rico do mundo na América Latina.

A NotCo começou em 2015 com US$ 250 mil investidos pelos seus três fundadores: Matias Muchnick, Pablo Zamora e Karim Baksai. Apesar da formação nos Estados Unidos, os chilenos decidiram estabelecer a sede da empresa em seu país natal, mais precisamento a capital Santiga, pelo custo mais baixo e para que os produtos tivessem fabricação local.

Em menos de dois anos, a empresa levantou US$ 3 milhões da Kaszek Ventures e IndieBio, aceleradora de biotecnologia do Vale do Silício, que possibilitou continuar desenvolvendo seu algoritmo e trazer funcionários especializados, que atualmente já somam quase 40 pessoas.

O Giuseppe é o carro-chefe da startup. O software usa IA e é o responsável por gerar as fórmulas de alimentos vegetais que mais se aproximam ao sabor e textura de produtos tradicionais. Segundo Muchnick, o diferencial da NotCo não está em tornar os hábitos alimentares apenas mais sustentáveis, mas é investir em um processo que mude a experiência do consumidor com o alimento.

A empresa conta com uma base de dados de sete mil plantas. Os dados moleculares, por exemplo, descrevem a comida, os ingredientes e a aparência, já dados coletados pelos provadores de sabor da empresa analisam tudo desde a textura, até o sabor que fica na boca após a ingestão de um produto.

Tudo começou com maionese

Antes da NotCo, Muchnick já tinha se aventurado no mundo vegetal, inspirado pelo rúgbi e maionese. Fã do esporte, para ele, a prática se associava a comer carne, onde o grill era o protagonista. Para reverter esse cenário, ele decidiu começar por um dos produtos mais consumidos no Chile, representando o terceiro maior mercado do mundo: a maionese.

A proposta da Eggless era criar uma maionese sem ovo, mas Machnick foi além e estudou outras formas de desenvolvimento na indústria alimentícia. Começou a cursar bioquímica na Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), onde percebeu que conhecimentos da área de farmacêutica poderiam ser aplicados a alimentos. Seguiu para Harvard onde conheceu Pichara, um astrofísico que usava bases de dados, e que se tornaria o seu primeiro sócio. Juntos, trouxeram Zamora, que fazia pesquisa em genoma de plantas na Universidade da Califórnia. Assim surgiu a NotCo.

Os sócios decidiram continuar a desenvolver um novo tipo de maionese até chegar na NotMayo, produto descrito como “exatamente como maionese, mas não é”. Em apenas oito meses, a marca conquistou 8% do mercado chileno e, de acordo com Machnick, sem qualquer investimento em marketing. Hoje, está presente em mais de mil lojas no país.

Investimento de Bezos

O sucesso da NotCo no mercado local atraiu a atenção do homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, CEO e fundador da Amazon. Em um evento na Universidade de Stanford, Muchnick conheceu Melinda Lewinson, gerente geral da Bezos Expeditions, empresa de investimento do fundador da Amazon. Depois de alguns meses, os sócios receberam um e-mail anunciando a intenção do investimento milionário do empresário norte-americano.

Agora, com mais dinheiro, a startup chilena planeja lançar mais produtos ainda neste ano, como NotMilk, NotYogurt e NotIceCream, e em 2020 substitutos para salsicha e carne.

Além de mais variedade, a empresa também quer expandir para mercados vizinhos, como Brasil e Argentina. Com a nova parceria, também está de olho no México e nos Estados Unidos. “Nossa tecnologia combinada com a experiência deles para construir uma marca e fabricar e distribuir produtos embalados nos permitirá perturbar ainda mais a indústria de alimentos e expandir nossas ofertas para um público global”, disse Muchnick a La Nacion.

Fonte Época Negócios
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