Juro do rotativo do cartão de crédito sobe a 399,1% em julho, diz BC

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O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 18,3 pontos porcentuais de junho para julho, informou o Banco Central, por meio da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito. Com isso, a taxa passou de 380,8% em junho (dado revisado ante os 378,3% anteriores) para 399,1% ao ano em julho. O avanço da taxa do rotativo ocorreu a despeito das novas regras de migração da modalidade, que começaram em abril.

O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 230,2% (dado revisado ante os 230,4% anteriores) para 223,8% ao ano de junho para julho. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 464,7% (dado revisado ante os 460,7% anteriores) para 504,0% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro subiu 1,6 ponto porcentual de junho para julho, passando de 157,9% para 159,5% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 91,8% para 89,4% de junho para julho. Em abril, começou a valer a nova regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

A intenção do governo com a nova regra é permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recue, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Estoque de crédito cai e inadimplência fica estável
O mercado de crédito brasileiro iniciou o terceiro trimestre com retração de 0,6% no estoque total em julho sobre o mês anterior, a R$ 3,062 trilhões. No acumulado do ano, o estoque total apresenta retração de 1,4%. Os dados do BC mostraram ainda que, considerando apenas o segmento de recursos livres, a inadimplência foi de 5,6% em julho, repetindo a mesma taxa de junho.

No período, o spread bancário — diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final — teve alta de 1 ponto percentual, a 37,6 pontos percentuais.

Por sua vez os juros médios avançaram a 46,6% em junho, sobre 46,2% em junho, voltando a subir após quatro quedas seguidas.

Endividamento das famílias sobe
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 41,5% em maio para 41,6% em junho. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 23,1% para 23,2% no mesmo período. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 21,3% em maio para 21,1% em junho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 18,7% para 18,5%.

Fonte O Estado de S.Paulo
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