Inadimplência da pessoa física e PME apresenta tendência de queda

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O vice-presidente do Bradesco, Alexandre Gluher, afirmou que a tendência para 2018 é de continuidade de queda da inadimplência. Na pessoa física e nas pequenas e médias empresas. Segundo o executivo, que participou de uma reunião com jornalistas, a trajetória de retração dos calotes está dada e deve se manter no próximo ano.

Já na pessoa jurídica, de acordo com Gluher, é mais difícil fazer uma previsão, uma vez que esse segmento é mais volátil. Apesar disso, o executivo também espera que nessa carteira a tendência para o próximo ano, a despeito de oscilações no indicador, seja de queda. “Esperamos redução das provisões para devedores duvidosos em 2018”, disse Gluher.

Gluher afirmou que há uma euforia em torno das moedas digitais, mas que o momento ainda é de observação. “Se existisse lastro para moedas digitais seria ótimo”, disse. “A tecnologia por trás das moedas digitais, o blockchain, é sensacional e pode ser usada em outras frentes”. Gluher ressaltou que, como não há lastro, os bancos centrais no mundo estão preocupados com o crescimento das moedas digitais.

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, afirmou que todos os bancos foram impactados pelas fintechs, startups do mercado financeiro, mas a maioria das instituições está incorporando essas empresas.

Disse ainda que os grupos com atividade similar à dos bancos terão de passar pela mesma regulação e acrescentou que players já estabelecidos como o Google podem ganhar espaço em mercados que até então somente os bancos atuavam, como, por exemplo, os meios de pagamentos.

Para Trabuco, o crédito no Brasil já está apresentando tração. Do lado da pessoa física e das pequenas e médias empresas, por parte das linhas de capital de giro, já há procura por crédito novo. Entre os grandes grupos, apesar da carteira ainda estar em queda, ele acredita na retomada no próximo ano. De acordo com o executivo, o pior momento da crise do crédito corporativo passou. “Devemos ver uma boa taxa de crescimento dessa linha no ano que vem”, disse Trabuco. “O aumento da demanda de crédito é evidente no número de propostas diárias.”

Ele acrescentou que o banco tem notado expansão de crédito novo nas agências e não só aqueles para reperfilar e renegociar dívidas.

Trabuco reforçou que a recessão do País foi tão profunda que gerou capacidade ociosa no setor produtivo e, portanto, qualquer sinalização do aumento do consumo será positiva para a reação do Produto Interno Bruto brasileiro. O consumo das famílias, de acordo com o executivo, ficou muito deprimido e a indústria automobilística é um bom exemplo desse cenário.

No entanto, as pessoas que mantiveram seus empregos estão comprando imóvel e trocando de carro, o que tende a movimentar o crédito e, consequentemente, a economia brasileira.

Do lado das empresas, acrescentou, a linha de capital de giro voltou a crescer no último trimestre após dois anos de queda. “Temos o consumo das famílias e dependência da taxa de investimento como fatores de crédito para 2018”, disse Trabuco.

De acordo com Trabuco, a redução dos spreads, diferença de quanto os bancos pagam para captar e o quanto cobram para emprestar, no Brasil é apenas uma questão de tempo, mas vai acontecer no momento adequado. “Alguns spreads mais elevados custeiam a bancarização no Brasil”, disse ele.

Por sua vez, alexandre Gluher afirmou que não dá para “cair no pecado” de achar que os spreads vão cair na mesma proporcionalidade da Selic. Isso porque, conforme o executivo explicou, as taxas cobradas dos clientes são formadas por vários itens e não só os juros básicos. Pesam ainda, segundo ele, os custos tributários, a inadimplência, que está em queda no Brasil, as despesas operacionais.

Fonte Diário do Comércio
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