Ilan Goldfajn explica porque a inflação ficou baixa em 2017

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O Banco Central divulgou carta aberta enviada pelo presidente da instituição, Ilan Goldfajn, ao presidente do CMN (Conselho Monetário Nacional), o ministro Henrique Meirelles, em cumprimento ao decreto que instituiu o regime de metas para a inflação no Brasil.

A carta foi escrita uma vez que a inflação oficial encerrou o ano passado abaixo do piso da meta, de 3%, estabelecida pelo CMN. Conforme informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou o acumulado de 2017 na marca de 2,95%, em seu menor resultado em 19 anos.

O documento é dividido em três partes: i) descrição detalhada das causas do descumprimento; ii) providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e iii) o prazo no qual se espera que as providências surtam efeito.

O BC aponta que a inflação medida pelo IPCA situou-se ligeiramente abaixo do limite inferior da meta em razão da deflação de preços de alimentação no domicílio, que encerrou 2017 com deflação de 4,85%, refletindo, preponderantemente, as condições de oferta, que permitiram níveis recodes de produção agrícola. “Em vista desse comportamento excepcional dos preços dos alimentos no domicílio (…), o Banco Central seguiu os bons princípios no gerenciamento da política monetária e não reagiu ao impacto primário desse choque de alimentos, permitindo a queda da inflação para abaixo da meta”, afirmou Ilan em carta aberta.

Conforme destacou o presidente do BC, “não cabe inflacionar os preços da economia sobre os quais a política monetária tem mais controle para compensar choques nos preços de alimentos. A política monetária deve combater o impacto dos choques nos outros preços da economia (os chamados efeitos secundários) de modo a buscar a convergência da inflação para a meta”.

O BC afirmou ainda que tem calibrado a taxa básica de juros – Selic – e que continuará a fazê-lo, com vistas ao cumprimento das metas para a inflação estabelecidas pelo CMN. Atualmente, a Selic está em 7% ao ano, tendo atingido esse patamar (mínimo histórico) na reunião de dezembro do Copom (Comitê de Política Monetária).

A inflação já caminha em direção à meta oficial em 2018, afirmou Ilan, acrescentando que a condução da política monetária continuará dependendo de diversos fatores, entre eles projeções e expectativas de preços. No acumulado em 12 meses, a inflação, ao final de 2017, aumentou 0,49 pontos percentuais em relação ao mínimo de 2,46% observado em agosto do mesmo ano”, destacou Goldfajn na carta. Ele ressaltou que o Relatório de Inflação do BC, divulgado a cada três meses, estima que a inflação fechará 2018 e 2019 em 4,2%. O relatório foi divulgado pela última vez em dezembro.

“A ação e comunicação foram fundamentais para ancorar expectativas e as projeções e expectativas apontam continuidade da tendência da inflação”, apontou a autoridade monetária, que destacou que a flexibilização monetária segue dependente da atividade e riscos. A autoridade monetária ainda apontou que seguiu bons princípios de politica monetária e que a queda da inflação elevou poder compra população e ajudou na recuperação da atividade.

Confira a carta na íntegra.

Fonte InfoMoney
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