Exclusivo: Economista acredita que economia do Brasil deverá melhorar em 2016

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O economista Ricardo Amorim acredita que a situação econômica do País vai melhorar em 2016, pois, segundo ele, é inevitável o fechamento de um  acordo no Congresso para garantir que seja aprovado o ajuste fiscal e que ocorra a retomada da confiança para consumo e investimento.

“Toda vez  que tivemos o PIB (Produto Interno Bruto) despencando, depois disso veio um alto crescimento. Tudo o que é necessário para voltarmos a crescer é reverter o medo, a insegurança”, disse a uma plateia de cerca de 400 convidados presentes ao Encontro de Valor, promovido pela ABAD  na capital paulista. Embora entenda que o assunto do momento sejam as crises moral, política e econômica, ele também lembra que ¾ do crescimento mundial vem de países emergentes e não dos EUA, da Europa e do Japão. “No caso brasileiro, a situação ficou mais complicada por causa da atuação do governo.”

Comparando os cinco anos do governo Dilma (2011 a 2015) com o último quinquênio da gestão de Lula (encerrado em 2010), constatou que esse último foi marcado pela constante expectativa média de crescimento do PIB, com exceção de 2009, quando duas crises  mundiais provocaram solavancos na economia global. Mas a partir da posse de Dilma Rousseff, houve uma inversão desse quadro e os números começaram a despencar ano a ano. “Na América Latina, somente a Venezuela ficou abaixo do Brasil a partir de 2010. Crescemos menos que a  Argentina de Cristina Kirchner, menos que El Salvador e a Nicarágua.”

Em 2012, os economistas, pela sondagem do Banco Central, acreditavam que a inflação seria de 4,5% em 2015. Mas o que se observou com o tempo, recorda, foi o aumento da taxa de juros prevista, do encarecimento do crédito e da redução do consumo. Esse quadro, segundo informou, deverá provocar a queda da inflação, ocasionada pela queda nas vendas e na economia: “Há cerca de três anos, tinha-se a expectativa de que o PIB obteria um crescimento de 4,5%. Hoje, a estimativa é de queda de 3% e de uma inflação em torno de 10%.” Porém, há um terceiro ponto que ainda não foi resolvido, o das contas públicas, que dependem da aprovação do Congresso para que se faça o ajuste fiscal. “Hoje, um dos grandes entraves é a crise política.

Mas se ela for resolvida, e depois de se estabelecer um acórdão, choverão  investimentos, contanto que haja uma sinalização efetiva indicando que a situação melhorou, e que haverá de fato geração de empregos. O medo que o consumidor tem de fazer compras se dissipará e a roda da economia voltará a girar para a frente.”

O economista acredita que – e isso vale, em particular, para as empresas – é preciso pensar além da crise e estudar estratégias que permitam fazer negócios com criatividade. “A crise é muito desagradável, mas gera um grande número de oportunidades, que nos ajudam a colocar a casa em ordem.  As empresas precisam aproveitar a oportunidade, jogar fora as conotações negativas da palavra ‘crise’ e construir oportunidades”, conclui o economista.

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