Dólar ultrapassa R$ 3,45 após nova fase da Lava Jato

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O dólar avançava acima de 3,45 reais nesta segunda-feira, após o Banco Central sinalizar que não vai aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em doze anos, uma pressão cada vez maior sobre a inflação.

Investidores também adotavam estratégias mais defensivas diante das incertezas locais, depois de abertura de nova fase da Operação Lava Jato com a prisão do ex-ministro José Dirceu e com o fim do recesso parlamentar.

Às 10h13, o dólar avançava 0,42 por cento, a 3,4392 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa atingiu 3,4618 reais, maior patamar intradia desde 20 de março de 2003, quando foi a 3,4920 reais. Só em julho, o dólar subiu pouco mais de 10 por cento sobre o real, acumulando valorização de quase 30 por cento no ano.

“O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

A autoridade monetária fará nesta sessão o primeiro leilão de rolagem dos swaps cambiais –equivalentes a venda futura de dólares– que vencem em setembro, correspondentes a 10,027 bilhões de dólares, com oferta de até 6 mil contratos.

Se mantiver esse ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60 por cento do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto.

Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante da escalada do dólar, que tende a pressionar a inflação ao encarecer importados.

Nesta manhã, o cenário político também pesou com a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pela 17ª etapa da Operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção no país.

“A prisão (de Dirceu) pode reverberar no Planalto e aumenta ainda mais a sensação de incerteza aqui”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Operadores ressaltavam que o término do recesso parlamentar no Brasil deve alçar de volta ao centro das atenções os atritos entre o Legislativo e Executivo na aprovação de medidas que integram os esforços do governo para resgatar a credibilidade da política fiscal do país, motivando cautela nas mesas de operação.

O mercado de câmbio brasileiro também tem sido pressionado pelo cenário externo, com apreensão sobre a desaceleração da economia chinesa diante do tombo das bolsas do país, pela perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos, que podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado local. Via Reuters.

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