Consumo deve ter primeiro recuo

0 62

Com aumento da taxa de desemprego, menor disponibilidade de renda, alta de juros e confiança do consumidor nas mínimas históricas, o consumo das famílias deve interromper um ciclo de expansão que durou 11 anos e registrar a primeira queda desde 2003.

Ao quadro ruim, soma-se o fato de que boa parte da alta mais recente do consumo ocorreu no âmbito de um ciclo de bens duráveis que parece estar perto do fim.

“Quem vai comprar outra geladeira?”, questiona o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

Considerando as estimativas para o ano passado, que ainda não tem dados oficiais divulgados, a alta média da demanda das famílias no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2004 e 2014 foi de 4,3% ao ano – acima, portanto, da expansão média de 3,4% do PIB em igual período. Para 2015, projeção de especialistas  para a demanda privada fica entre queda de 0,1% e baixa de 0,3%, enquanto o PIB deve recuar em torno de 1%.

A Tendências Consultoria estima queda de 0,1% desse componente, enquanto

o PIB deve encerrar o ano com retração de 1,2%. Para a economista Alessandra Ribeiro o que não faltam são fatores que explicam essa perda de fôlego da demanda.

“O nosso cenário tem muito a ver com o quadro de confiança em baixa, desaceleração do crédito e, principalmente, com o mercado de trabalho mais fraco”.

A consultoria estima que a taxa média de desemprego neste ano deve ser de 6,3%, a mais alta desde 2010. A população ocupada, diz, deve continuar a encolher e cair 0,8%, enquanto parte das pessoas com idade para trabalhar, mas que estavam fora do mercado voltem a buscar um emprego.

 

Fonte: Valor

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.