Cerveja artesanal e água mineral imperam no segundo dia da Envase Brasil
A representatividade do setor cervejeiro na Envase Brasil | Embala Sul reflete o boom das cervejas artesanais no país. Nesta edição, 60% dos 164 expositores são voltados para o ramo, número que já foi ocupado pelo segmento do vinho. O mercado de água mineral, também em franca expansão no Brasil, dividiu atenções no segundo dia do evento. Ambos, puxaram a agenda desta quarta-feira com a realização da 3ª Conferência de Segurança de Alimentos e do Workshop ‘Água Mineral e sua diferença de outros tipos mais comuns de água’.
A programação matou a sede de muita gente. Empresários, cervejeiros, produtores, alunos e professores lotaram os auditórios, atraídos por temas atuais e relevantes no mundo cervejeiro e de água mineral. A 3ª Conferência de Segurança de Alimentos trouxe como temática ‘A produção legal de cerveja artesanal’. Seis palestras trataram de alertar a cadeia produtiva sobre os riscos físicos, químicos e microbiológicos, do cultivo à produção. “A cerveja não está isenta de perigos. Ela pode ser contaminada ainda no campo. É importante que os produtores tenham consciência sobre o controle do processo”, atentou Sílvia Berenguer, Química Industrial de Alimentos e Mestre em Engenharia de Produção, na área de Qualidade e Produtividade.
Sílvia chamou a atenção para as micotoxinas (toxina fúngica), altamente resistente e identificada somente através de análise. O consumo de cerveja contaminada com este fungo pode causar câncer. Segundo ela, a alternativa mais eficaz é o manejo agrícola, além de mais econômico. A jornada de palestras também destacou a importância de se ter um laboratório na cervejaria, seguindo os moldes das vinícolas, o que seria estratégico e ajudaria a controlar todo o processo.
Seguindo o tema das cervejas artesanais, o presidente da Escola Superior de Cerveja e Malte, Carlo Enrico Bressiani, conduziu o workshop ‘2018 – O ano do Brew Pub no Brasil’. Ele apresentou dados que mostram que o consumo mundial de cervejas artesanais está em 140 milhões de litros. O Brasil é responsável por 1% deste montante, ou seja, 14 milhões de litros. Atualmente, são 679 cervejarias no Brasil, sendo 140 apenas no Rio Grande do Sul. O crescimento no último ano no país foi de 39% e a projeção indica que ao final de 2018 sejam mais de 800 cervejarias. Nos Estados Unidos são mais de 6 mil e na Argentina a soma está perto de 500.
O consumo per capita no Brasil está em 65 litros/ano. Bressiani explica que quem começa a consumir cerveja artesanal bebe menos. esmo assim, o potencial de crescimento é muito grande. Os principais fatores que impulsionaram o setor são o público feminino, as viagens internacionais, status, cervejas importadas, cervejeiros caseiros, movimentos gastronômicos e comer e beber no local. A grande tendência para este ano são os Brew Pubs (bares de cerveja), que permitem viver uma experiência sensorial. O uso de latas, as estações de Growlers, eventos cervejeiros, ingredientes locais, Sours Beers e Wood Aged Beer também estão entre as indicações.
Água mineral
Com um consumo de 16 bilhões de litros por ano no Brasil, a água mineral ganhou voz com o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia, que afirmou que nenhuma água mineral tem menos de três anos. “Há 25 anos, somente encontrávamos água mineral em farmácias. Ela deixou de ser remédio e passou a ser alimento. Ninguém vive sem água”, destacou.
Terceiro dia
Ainda sobre cervejas artesanais, a quinta-feira, 26, traz o Envase Experience – Falando de Cerveja que abordará ‘Tendências de Mercado Sauers e Envelhecidas’. O setor de laticínios ganha espaço no terceiro dia do evento com o Encontro APIL/RS – Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul. E o workshop ‘Papéis e Tendências de Mercado’ encerra a programação paralela do dia.
Envase Brasil / Embala Sul
De 24 a 27 de abril de 2018, das 14h às 21h
Onde? Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS) – Pavilhão E
Informações: (11) 5572.1221 ou (54) 3452.9136