Varejo: loja bem ambientada vende mais

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Por Adriana Bruno, repórter do Portal Newtrade

Quanto mais tempo o consumidor passa dentro da loja, maior a chance de vendas. Essa é uma afirmação constante dos especialistas em varejo e que tem tudo a ver com a experência que esse cliente tem dentro do ponto de venda. Para torná-la agradável e convidativa é possível utilizar técnicas de visual merchandising, caprichando na ambientação da mesma.

Segundo Paola Goulart Rosa, consultora do Sebrae-SP, uma loja ambientada permite que mais sentidos do consumidor sejam explorados além da visão. “São explorados principalmente o tato, pois o cliente pode tocar nos produtos que desejar e também em vários casos o olfato, para produtos que possuem cheiro. Quanto mais sentidos são envolvidos num processo de compra melhor pois aumenta a chance das vendas por impulso”, explica. Segundo ela, em uma loja de autosserviço, por exemplo, é preciso ter um bom visual merchandising, uma vez que ao entrar num ambiente 83% das percepções do cliente vem da visão.

Paola Goulart Rosa, consultora do Sebrae-SP

Ela destaca ainda que visual merchandising nada mais é do que um conjunto de estratégias de vendas para ambientar a loja, adequando a disposição de mobiliário e produtos visando a funcionalidade, agilidade, harmonia e sedução do cliente. “A melhoria nos aspectos de visual de uma empresa podem ampliar as vendas de 12% a 40%, muitas vezes, com baixo e até sem investimento”, revela.

 

Desafios

Para usar o visual merchandising corretamente dentro da loja é necessário o planejamento do espaço, através da disposição do mobiliário e exposição de produtos de maneira agradável, funcional e que seja capaz de fazer com que o cliente identifique-se com os produtos e serviços prestados pela loja. “A aplicação dessa técnica torna a loja mais atraente, afinal os produtos são melhor separados por categorias, melhor organizados nas prateleiras, a iluminação da loja é agradável e acolhedora”, reforma Paola. Segundo ela, a maioria dos consumidores tende a caminhar para o lado direito, a partir da entrada da loja, ou seja, ao lado direito de quem entra na loja é naturalmente valorizado. “Algumas dicas são explorar esta região com produtos de maior margem ou com vendas menos frequentes. Além disso, deve-se organizar o layout a partir do ponto de vista de que está entrando na loja, direcionando o fluxo de maneira a permitir que os consumidores tenham contato com o maior número de produtos”, orienta.

A consultora do Sebrae-SP ainda orienta que caixas, crediário e seções de maior atratividade devem ficar no fundo da loja fazendo com que os consumidores, ao percorrerem a loja, interajam com mais produtos expostos, aumentando a probabilidade de compras por impulso. “Apesar de 83% da percepção ao entrar num ambiente estar relacionado à visão os outros sentidos contribuem para a uma melhor experiência dentro da loja e a utilização dos vários sentidos é importante para se destacar da concorrência”, comenta.

O varejista também deve explorar ao máximo as paredes da loja, eliminando obstáculos e fazendo com que o cliente fique mais próximo dos produtos. Além disso, empresas tem se utilizado do Marketing Olfativo e à Ambientação Musical. “Ambientação Musical trabalhada de forma correta, proporciona experiências inesquecíveis e mexe com sentimentos e o humor das pessoas, influenciando diretamente no conceito da sua marca e na harmonia do seu ambiente. Ela é responsável pelo aumento do consumo entre os frequentadores e por potencializar o impacto e a percepção das marcas na mente do consumidor”, conta Paola.

De acordo com pesquisas, um som que agrade o cliente dentro de uma loja pode aumentar as compras em até 30%, além de elevar em 38% a permanência das pessoas no PDV. “Contudo, não basta apenas sintonizar o rádio em qualquer estação. Para se definir uma programação musical adequada para o lojista, muitos fatores devem ser estudados e levados em conta como ambiente, posicionamento da marca, produtos e o perfil dos clientes”, diz.

Exposição

A melhor forma é dispor os produtos na vertical e em blocos. Assim, o consumidor vai visualizar o tipo de produto que precisa e facilmente saberá quais marcas estão disponíveis e seus respectivos preços. “Quanto mais acessível o produto estiver, mais facilmente ele será visualizado pelo consumidor e maior a chance de ser comprado”, afirma Paola.

As gôndolas e prateleiras são divididas em cinco áreas distintas:
  • Zona de ouro

É a parte central, que fica na altura dos olhos do consumidor e de fácil alcance das mãos. Nesta área são colocados os produtos de maior margem ou produtos premium. Se sua intenção é despertar no consumidor a venda por impulso, utilize este espaço.
Altura do quadril: neste espaço são colocados os produtos de grande procura. É um lugar de fácil acesso, mas não é o primeiro a ser visto pelos olhos.

  • Acima da cabeça

Pelo fato de ficarem no alto, estes produtos geralmente são menos vistos pelos consumidores.

  • Linha do joelho

Estas prateleiras não estão mais no campo de visão, mas lá ficam os produtos mais baratos e essenciais. Ou seja, de qualquer forma os consumidores sempre dão uma olhadinha, seja porque precisam de determinado produto, seja porque estão em busca de preços convidativos.

  • Chão

Esta parte da prateleira costuma acomodar os produtos com dimensões muito grandes ou muito pesados.

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