Diniz quer reajustar aluguel de lojas locadas para o Casino

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O empresário Abilio Diniz pode entrar em um novo embate com os donos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), desta vez para reajustar o aluguel dos imóveis que estão ocupados pelos supermercados. Na última segunda-feira, o GPA recebeu notificações da Península, gestora de recursos da família Diniz, questionando mudanças em sete das 62 lojas que eles alugam para a varejista, controlada pelo grupo francês Casino.

Nos últimos meses, a Península começou a fazer um pente-fino em todas as lojas que foram alugadas ao GPA e agora aponta mudanças, que poderão resultar, em um primeiro momento, na revisão de contrato de locação entre as partes, se constatadas violações no acordo, apurou o Estado.

Nessas notificações, que incluem lojas estratégicas ao Casino, como o Extra, localizado no Jaguaré, e duas no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, a Península questiona ampliações realizadas na área útil das lojas e nos estacionamentos. Além disso, identificou novos pontos comerciais que foram alugados para terceiros dentro dessas instalações. Até o fim deste mês, a Península vai questionar os outros 55 estabelecimentos, segundo fontes familiarizadas com a operação.

No Extra do Jaguaré, por exemplo, a Península identificou a construção no subsolo da loja de uma academia Smart Fit. No estacionamento, indica, foram instalados uma loja de som automotivo e um local de lavagem de veículos.

O contrato de locação das 62 lojas que pertencem aos Diniz para o Casino foi celebrado em 2005, ainda quando Abilio Diniz era sócio do GPA. À época, o empresário e o Casino divulgaram um fato relevante ao mercado informando que a rede varejista tinha transferido para Abilio Diniz os imóveis, com o objetivo de reduzir o endividamento da companhia. A transação foi de R$ 1,029 bilhão. No contrato, o empresário se comprometeu a alugar os imóveis por 40 anos (20 anos, renováveis por mais 20).

Em 2014, a Península recebeu R$ 185 milhões referente ao aluguel dessas lojas. A expectativa para este ano é atingir R$ 214 milhões. Esse valor, que é equivalente a 2% da receita líquida do GPA, conforme acordo fechado, poderá ser revisado para cima.

De acordo com fontes ouvidas pelo Estado, GPA e Península já estão conversando sobre o assunto. Do lado do GPA, está o escritório de advocacia de Marcelo Trindade, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Península conta com Luiz Antonio Campos, do Barbosa, Müsnich e Aragão, e do escritório de Lazzareschi, especializado em ativos imobiliários.

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