Com a compra da The Body Shop, a Natura cria holding para gerir marcas

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A Natura anunciou nesta segunda-feira a sua nova estrutura organizacional depois da compra da The Body Shop (TBS), cuja operação foi concluída semana passada com a aprovação pelos órgãos de controle da concorrência. Foi criado o grupo Natura, holding que controlará as empresas e respectivas marcas Natura, TBS e Aesop, que seguirão com administrações independentes.

O executivo Roberto Marques será o presidente-executivo do Grupo Natura e, segundo ele, o novo presidente da TBS já foi definido e seu nome será anunciado em outubro.

“Já escolhemos o executivo e ele tem muita experiência no varejo internacional, o que pode ajudar muito o grupo”, disse Marques.

Dentro da nova estrutura, o atual presidente da Natura, João Paulo Ferreira, continua à frente da agora subsidiária Natura, e o atual presidente da TBS, Peter Saunders, assumirá uma cadeira no Conselho de Administração. De acordo com Marques, uma equipe será criada especificamente para estudar as sinergias e definir como serão aplicados os investimentos do grupo nos próximos anos.

Marques não quis detalhar quais serão as sinergias advindas da aquisição, mas fez questão de ressaltar que somente com ganhos de eficiência, a TBS terá duplicado o seu Ebitda (lucro operacional, antes do pagamento de impostos, juros e depreciações e amortizações) nos próximos cinco anos e a margem passará dos atuais 8% a até 14%.

Em 2016, a TBS obteve um lucro operacional de US$ 82 milhões (cerca de R$ 260 milhões), ganho que em 2022 chegará a US$ 165 milhões (R$ 524,7 milhões). Somente com a melhoria da eficiência, os ganho adicional esperado pode ser de US$ 25 milhões a US$ 35 milhões.

Robert Chatwin, vice-presidente do grupo, disse que com a compra da TBS a receita do Grupo chegará a US$ 6 bilhões e a participação do varejo aumentará de 6% para 24%. Hoje, 92% das vendas vêm pelo canal direto.

“Estamos dando um passo grande para formar um grupo global, com um portfólio amplo e grandes oportunidades de negócios. Já somos líderes em venda direta, agora vamos crescer também no varejo com mais de 3 mil pontos de vendas espalhados pelo país”, disse Chatwin.

Segundo ele, o grupo Natura irá reforçar tanto a presença da marca Natura no varejo como a marca TBS no canal de venda online. “Com essa transição passamos de um grupo regional para global. Os negócios fora da América Latina representavam 7%, agora serão 35% do faturamento. Já o Brasil, que detinha mais de 60% das vendas, terá uma participação de pouco menos de 50%”.

João Paulo Ferreira, presidente da Natura, disse que a meta é entrar em novas regiões no mundo, mas a China, pelo menos por enquanto, não está em avaliação.

“Naquele país, há testes com animais para a produção de cosméticos e como isso é uma prática em que não estamos alinhados, estamos monitorando a situação de perto para tomarmos a decisão de entrarmos nesse mercado.”

Ferreira adiantou que o Grupo reforçará sua presença em mercados como o dos Estados Unidos, da Alemanha, Japão e da Dinamarca.

Fonte Época Negócios
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