Chegada da primavera: um marco para o novo varejo físico

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A pandemia definitivamente foi um período de adaptação e transformação para o varejo, onde muitos varejistas adentraram de vez estratégias diferentes do que era comum no dia a dia. Uma pesquisa da consultoria BCG apontou que 61% das empresas globais aceleraram o processo de digitalização em 2020, e 96% espera acelerar projetos nesse sentido nos próximos dois anos. Em paralelo, com o avanço da vacinação no país e a aproximação da primavera, o varejo físico já está conseguindo tomar fôlego e até mesmo combinando a frente presencial com a digital para atrair mais clientes e alavancar as vendas.

Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), feita pelo IBGE, mostraram que em junho o varejo cresceu 6,3% em comparação com o mesmo mês em 2020. E o destaque do crescimento foi para o setor de tecidos, vestuário e calçados, que representou 61,8% do montante, seguido por itens de uso pessoal e doméstico (22,6%) e livros, jornais, revistas e papelaria (17,1%).

Com o avanço da vacinação, o movimento do varejo físico já está sendo agitado – e promete ser ainda mais nos meses a seguir. O comparativo mensal realizado pelo IPV (Índices de Performance do Varejo) e organizado pela HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou que, em julho, o fluxo de pessoas aumentou 18,6% nos shopping centers e 11,5% nas lojas físicas em geral, em comparação com junho deste ano.

Mas também já foi provado que brasileiro passou a navegar mais o virtual desde o começo da pandemia: 88% fizeram compras on-line, o que coloca o Brasil como líder da América Latina no ranking de compras no e-commerce, segundo um estudo da IDC. Porém, uma pesquisa da plataforma Tiendeou revelou que quando o assunto é experiência de compra, 42% da população brasileira prefere a loja física. Isso demonstra que os clientes buscam pela comodidade do virtual, mas ainda assim valorizam uma jornada de compras impecável. Por isso, é imprescindível que o varejista esteja preparado nas duas frentes, com omnicanalidade para entregar qualidade de ponta no presencial e no físico.

Setores que eram concentrados somente em lojas de rua e shopping devem usar essa nova mentalidade para impulsionar a retomada física, mantendo o cliente no controle da jornada de compra com ferramentas como vendas condicionais (também conhecido como fashion delivery ou serviço de “malinha”), catálogos digitais, novos meios de pagamento e outras formas de utilizar a operação logística. Tradicionalmente, a troca das estações é um momento estratégico para finalizar as vendas do estoque da coleção anterior e já atrair o cliente para os novos produtos – e retomar as vendas presenciais.

Se, antes, a jornada de compra se limitava a propagandas na porta da loja, hoje é preciso estar presente em outros canais para atrair o cliente. E, mais importante, retê-lo: daí a importância de uma experiência encantadora, simples e cômoda, utilizando tecnologias como aliadas das vendas presenciais. A chegada dessa primavera será decisiva para o varejista otimizar o relacionamento com o cliente, de olho nas expectativas de alta temporada de vendas, mas também pensando em fidelização para a próxima data do varejo que já está próxima: a Black Friday.

Por Caio Camargo, diretor Comercial da Linx

 

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