10 iniciativas brasileiras de Internet das Coisas para ficar de olho

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Um cão-guia, um cilindro de oxigênio, um elástico de ginástica. Qualquer pessoa teria dificuldade de encontrar similaridades entre os três — e não à toa. Mas afinal, o que os itens têm em comum? Bem, eles estão sendo transformados de vez graças à internet. Pois é, se você achava que o seu dia a dia já era bastante conectado só porque você não sai do celular, prepare-se para o que ainda está por vir. Uma nova onda de empresas no segmento de Internet das Coisas (ou IoT, na sigla em inglês) promete levar a conexão à rede para os mais variados objetos.

Parte dessas iniciativas está surgindo no Brasil. E há grandes companhias de olho no que está acontecendo. A norte-americana Qualcomm premiou dez startups e projetos acadêmicos de impacto brasileiros que trabalham com IoT. Nesta semana, os empreendedores e pesquisadores premiados estão passando por uma imersão no ecossistema de tecnologia de San Diego e São Francisco, na Califórnia. A viagem é organizada em parceria com a Mobilização Empresarial pela Inovação, da CNI (Confederação Nacional de Indústrias).

Conheça as iniciativas e saiba por que elas têm potencial para transformar os setores em que atuam:
Iagro

Empresa de monitoramento inteligente de pragas agrícolas. Com a ajuda de inteligência artificial e visão computacional, a solução desenvolvida pela startup permite monitorar todos os dias as populações de pragas no campo sem a necessidade de mão de obra. “Hoje o produtor tem grandes áreas e precisa colocar pessoas para fazer o monitoramento visual de insetos”, diz o cofundador Andrei Grespan, em conversa com a NEGÓCIOS. “Mas desenvolvemos uma série de sensores que coletam informações, que são processadas, mandadas para a nuvem e devolvidas em um aplicativo.” Este ano a iniciativa vai realizar projetos-piloto com os primeiros produtores.

E-lastic

A startup brasiliense E-sporte criou uma ferramenta na área de saúde chamada E-lastic. O objetivo é medir a evolução de pacientes e atletas que fazem exercícios físicos com um elástico de ginásticas. Os dados coletados no treino, a partir de uma peça acoplada no próprio elástico, são mandados para um aplicativo que mostra gráficos que permitem acompanhar os avanços dos usuários. “Escolhemos o elástico porque é um material barato e você consegue em qualquer lugar”, afirma Fernanda Teles, cofundadora da iniciativa. A solução foi lançada no mercado em maio de 2017.

Altave

“Soluções mais leves que o ar.” Essa é a proposta da Altave, uma empresa que instala torres flexíveis em forma de balões, presos no chão por um cabo, para monitorar o espaço ao seu redor. “A principal aplicação é na área de segurança”, diz Bruno Avena, sócio da startup. Os balões flutuam a até 300 metros do solo, munidos de rádios, antenas e câmeras. Nos Jogos Olímpicos de 2016, quatro balões da Altave foram usados no monitoramento dos espaços das competições. O modelo também pode ser aplicado no agronegócio e na construção civil.

Lysa

A startup Vixsystem criou um cão-robô. Mas calma, não tem nada a ver com os cachorros assassinos da última temporada de Black Mirror. Aqui, o objetivo é ajudar pessoas com deficiência visual. Trata-se de um animalzinho de mentira com funções semelhantes às de um cão-guia. O aparelho, batizado como Lysa, tem sensores que alertam o usuário sobre obstáculos e riscos no caminho (tanto os que estão no chão quanto os aéreos — algo que uma bengala não permitiria). “Temos hoje no Brasil 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, enquanto é estimado que só temos 100 cães-guia, que são muito difíceis de treinar e têm um custo alto”, diz Brenno Lugon, um dos responsáveis pelo projeto. A empresa está produzindo agora as primeiras unidades do produto.

Oxiot

O intuito da Oxiot é tornar mais eficiente a cadeia da oxigenoterapia [uso de oxigênio em uma intervenção médica] — e assim, ajudar a salvar vidas. A startup, que surgiu durante um hackaton em 2015, desenvolveu uma solução que coleta os dados de cilindros de oxigênio e os envia para a nuvem, a fim de monitorar o consumo de oxigênio por pacientes que recebem o tratamento em casa. A iniciativa já contou com a mentoria de grandes empresas, como GE e Bayer. “A plataforma já está disponível, agora estamos buscando parceiros para continuar crescendo”, afirma Edson Costa, diretor de negócios da Oxiot.

Tactile Glove

Imagine colocar uma luva na mão e poder tocar o que aparece na tela do seu computador. Isso é realidade. Trata-se de um projeto de “internet tátil” que nasceu nos corredores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Marcelo Fernandes, professor do departamento de engenharia da computação e automação da instituição, foi um dos responsáveis por criar uma luva capaz de fazer com que o internauta “sinta” a textura de objetos virtuais e interaja com outros usuários. “Alguém em Natal pode sentir o que uma pessoa em Londres está sentindo ao mesmo tempo”, diz Fernandes. A ideia agora é criar uma startup a partir do projeto.

ContextNet

Também nascida em ambiente acadêmico, a ContextNet desenvolveu uma plataforma de software que utiliza o smartphone do usuário para descobrir e interagir com os “objetos inteligentes” mais próximos. A solução pode ser usada tanto em ambiente doméstico como em empresas de diversos setores. Sob a coordenação de Markus Endler, a ideia surgiu no Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Senfio

A empresa desenvolve produtos com IoT mirando a área de saúde. “Há muitas coisas na área da saúde que são feitas por pessoas, mas poderiam ser feitas por máquinas”, diz Elyr Teixeira, CEO da Senfio. A startup de Teixeira criou um sistema que garante a conservação de vacinas e medicamentos em freezers. Aqui, a temperatura, que costuma ser monitorada de forma manual, por pessoas, é controlada pela internet. A solução já está disponível para o mercado.

Pipeline Leak Detection and Location System

Vazamentos em oleodutos e gasodutos podem ser causados por uma série de motivos — externos ou dos próprios tubos. Uma tecnologia já patenteada, no entanto, permite detectar vazamentos no transporte de fluídos e gases em apenas alguns segundos. Recebeu o nome de Pipeline Leak Detection and Location System. Isso é possível graças ao monitoramento dos tubos com sensores que analisam a pressão ao longo do duto.

Oneblue MBM

Não parecem faltar soluções usando IoT no setor da saúde. Um aparelho móvel batizado como Oneblue MBM também está entre os vencedores do prêmio. O projeto consiste em uma ferramenta para exames sanguíneos não invasivos. Com ela, é possível fornecer exames mais rápido a partir de qualquer lugar que tenha conexão à internet.

Fonte Época Negócios
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