Setor cervejeiro terá produção menor em 2013

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A produção do mercado brasileiro de cervejas esse ano não será a mesmo de tempos atrás. A pressão nos custos em função de matérias-primas e insumos em dólar, a sazonalidade do clima mais frio, que é adverso para o setor e o recuo do poder de compra da população, mais endividada, são alguns dos fatores negativos. O mercado de cervejas vinha crescendo a taxas de 6%, ano a ano, na produção, no período de 2004 a 2012, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Cerveja (CervBrasil). Para 2013, a expectativa no segundo semestre, considerado o mais promissor para o mercado, por conta da chegada das estações mais quentes, é de pelo menos empatar a produção com igual período do ano anterior.

“No ano de 2011 chegamos a ter um crescimento na produção de 6,7%.Mas em 2013, a desaceleração foi brutal. Para conseguirmos empatar o jogo, seria necessário, no segundo semestre desse ano, crescer 1% a mais do que foi produzido no mesmo período de 2012”, diz Paulo de Tarso Petroni, diretor executivo da CervBrasil.

A produção no segundo semestre de 2012, segundo dados computados pelo Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, cresceu 4% em relação ao mesmo período de 2011. Pelas contas da CervBrasil, para esse ano, somente para evitar perdas, o setor deveria ter um crescimento na produção de 5%.

“As empresas do setor estão entendendo o que aconteceu nesse momento no mercado. A inflação, a perda do poder de compra, o endividamento da população ajudam a corroer o segmento de bebidas frias, caso das cervejas. Cada uma cria a sua estratégia para driblar as adversidades ”, acrescenta Petroni.

Com relação a preços e o possível repasse para o consumidor final, ele diz que essa é uma decisão que parte das estratégias de cada fabricante. O analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora, acredita que o setor como um todo poderá vir a pensar em um repasse para o preço no segundo semestre.

Ele lembra que o volume de cerveja tem relação com a renda e o PIB, e o cenário ainda é incerto. Especificamente no caso da AmBev, que detém 70% do mercado brasileiro de cerveja, o analista avalia que o impacto do dólar será menor esse ano, já que a companhia tem hedge por volta de R$ 1,90.

“Somente em 2014 algum impacto será sentido”, diz ele. Ainda segundo o analista, a AmBev terá crescimento do ticket médio de venda, trabalhando para a maior penetração de suas marcas do segmento premium, que ganham mercado.

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