Exclusivo: Reputação ainda é o grande desafio do chocolate nacional

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“Apesar de existirem chocolates de ótima qualidade em território nacional, o grande problema ainda é a falta de reputação do produto no mercado”, destacou Ernesto Ari Neugebauer, presidente e fundador da Harald, durante participação no 2º Fórum sobre Produção de Cacau e Chocolate de Origem 100% Brasileira, realizado em Ilhéus/BA. O debate ocorreu dentro do 6º Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Bahia, que terminou neste domingo (27) e reuniu expositores de cacau e chocolate.

Na visão do executivo, atualmente é possível encontrar no varejo desde vinho, passando por café e até azeite premium de fabricação brasileira, mas nenhum chocolate com essa qualidade. “Temos que produzir um item 10% melhor do que o normal para que os consumidores europeus achem o nosso chocolate minimamente igual ao deles”, afirmou.

Um dos obstáculos que impedem o crescimento desse mercado seria a falta de estímulo do governo para a produção de amêndoas de cacau premium. “A nossa missão é levar sempre o melhor para a população e quebrar esse círculo vicioso, pois todos podem ganhar com um produto de alta qualidade e que, consequentemente, traz retorno financeiro tanto para a indústria quanto ao produtor”, apontou Neugebauer.

Grande potencial

João Tavares, produtor da fazenda baiana Leolinda, acredita que o Brasil tem capacidade de ser referência mundial nesse assunto, especialmente por conta das variedades genéticas de cacau existentes em nosso território. “Após toda a região ser devastada pela praga da vassoura de bruxa, no final da década de 1980, os produtores investiram em pesquisa”, explicou.

Os esforços deram resultado e, nos anos de 2010 e 2011, o produtor ganhou dois prêmios no Salão do Chocolate de Paris, nas categorias Cacau Chocolate e Frutas Secas. Atualmente, Tavares vende as amêndoas produzidas na Leolinda para empresas transformadoras como a Harald, que lançou uma linha de chocolates premium assinadas por essa e outras fazendas brasileiras.

A mesa-redonda foi mediada por Josimar Melo, crítico da Folha de S. Paulo e contou também com a participação de Henrique Almeida, diretor-geral do Instituto Biofábrica de Cacau e da marca Sagarana, Eimar Rosa, diretor agrícola da CooperBahia e da marca M. Libânio, Cíntia Lima, chocolatière da Chocolat Des Arts e Rosa Moraes, diretora de Hospitalidade e Gastronomia da Rede Laureate Brasil.

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