Brasil Kirin planeja investir R$ 1 bilhão até o ano que vem

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No que depender da controladora Kirin Holdings e do BNDES, não vai faltar dinheiro para a Brasil Kirin (ex-Schincariol) prosseguir com seus planos de expansão no Brasil, apesar do consumo de cervejas no país ter perdido fôlego este ano.

A holding japonesa, além de abrir mão da remessa de dividendos do ano passado, está disposta a aportar capital quando necessário para que a Brasil Kirin invista na operação, disse Fábio Marchiori, vice-presidente financeiro da Brasil Kirin e integrante do conselho da Kirin Holdings, ao Valor.

Dona dos rótulos Nova Schin e Devassa, além dos refrigerantes Schin e Itubaína, a Brasil Kirin está, neste ano, fechando contratos – com fornecedores de máquinas, por exemplo -, no valor de R$ 500 milhões para expansão de capacidade e melhoria na automação, sem desembolso imediato de caixa. O valor inclui R$ 50 milhões para construir um parque eólico no Ceará, em parceria com a portuguesa Tecneira.

Para 2014, estão previstos mais R$ 500 milhões, aproximadamente. “Por enquanto, estamos expandindo as fábricas já existentes – não novas unidades”, disse.

Com 10 mil funcionários, a Brasil Kirin tem 13 fábricas em 11 Estados. Ano passado, a companhia investiu R$ 400 milhões na ampliação da unidade de Alagoinhas (BA). Visitada pelo Valor, a sede, em Itu (SP), reúne 3 mil pessoas.

Embora não sejam prioridade, aquisições no Brasil não são descartadas por Marchiori.

A Brasil Kirin estuda a possibilidade de capitalizar (transformar em patrimônio) R$ 316 milhões em dividendos antigos a pagar, cuja data de distribuição expirou em dezembro. Há uma alternativa, também em análise pelo conselho, de prorrogar o pagamento.

Em qualquer um dos casos, a ideia é preservar a capacidade de investimentos da Brasil Kirin, que conta ainda com a geração própria de caixa. Ao fim de 2012, a companhia tinha dívida de R$ 758,6 milhões e disponibilidades de R$ 287,5 milhões.

Ajudará também a honrar os investimentos, um crédito de R$ 500 milhões com o BNDES, dos quais já foram sacados R$ 224 milhões.

Por ora, a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações não está no radar. “Estamos em constante contato com bancos. Pode ser uma alternativa no futuro”.

A Brasil Kirin saiu de um prejuízo de R$ 157 milhões em 2011 e lucrou R$ 132 milhões no ano passado. Reversão de provisão para contingências e devedores duvidosos ajudaram na melhora no resultado, assim como um controle mais forte das despesas operacionais, que cresceram em menor velocidade que as vendas.

A receita líquida em 2012 cresceu 16,6%, para R$ 2,7 bilhões. Este ano, a receita deve avançar menos – cerca de 10%, disse Marchiori.

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