Presidente do Itaú diz que pode haver mais mudanças nas regras do cartão de crédito

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O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, defendeu nesta terça-feira mudanças adicionais nas regras do cartão de crédito. Segundo ele, as novas regras para o rotativo que entram em vigor em abril são insuficientes para corrigir as distorções que existem hoje no segmento e podem, inclusive, reduzir a oferta de crédito.

“A solução é mais ampla, vai ter outras mudanças”, disse Setubal, informando que bancos e emissores de cartões tem discutido com o governo medidas complementares para redesenhar o sistema de cartão de crédito.

A partir de abril, o crédito rotativo do cartão só poderá ser usado até o vencimento da fatura seguinte. Ou seja, por 30 dias. De acordo com as novas regras do Banco Central, depois disso ou cliente paga toda a dívida ou o banco oferece uma nova linha de financiamento com parcelamento da dívida e juros menores. O governo acredita que a medida reduzirá os juros cobrados do consumidor, hoje em 484% ao ano.
“Se só mexer nessa variável (rotativo), a tendência vai ser reduzir a oferta de crédito, o que ninguém quer. Precisamos encontrar uma solução em que o nível de perdas fique reequilibrado”, defendeu o presidente do Itaú.

Segundo Setubal, apesar dos juros elevadíssimos do crédito rotativo, a maior parte do crédito concedido via cartão de crédito não tem juro nenhum. “Criou-se uma distorção no Brasil. O mercado acabou caminhando para ter um preço absurdamente elevado no produto rotativo e nenhum juro no parcelado sem juros. Vamos ter que criar alguma forma de reduzir esse subsídio cruzado”, defendeu Setubal.

Ele reconheceu, entretanto que o assunto é polêmico e que será possível conciliar diversos interesses conflitantes de bancos, emissores de cartões e empresas “fundamentalmente criadas dentro desse ambiente de distorção”.

‘O presidente do Itaú Unibanco afirmou estar confiante com a recuperação da economia brasileira em 2017. Ele avalia que a tendência é de redução da taxa de inadimplência dos brasileiros e empresas, e de um início de crescimento do crédito.

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