Pessimismo brasileiro atinge CEO’s

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175 CEO’s foram ouvidos em pesquisa divulgada no dia 29 de março no Fórum Allied Minds em São Paulo. O estudo, que contou com a participação de CEO’s gerais, líderes de Marketing e Recursos Humanos, investigou áreas como Finanças, Tecnologia, Varejo, Agronegócio, Saúde e outras, e mostrou como pensam os decisores das grandes empresas do país.

O índice geral do cenário mostra uma pontuação de 47 pontos, considerando 0 como o máximo de pessimismo e 100 como o máximo de otimismo. O resultado é preocupante: “Os CEO’s veem o cenário como crítico, este índice ainda fica quase na média por que muitas das empresas entrevistadas veem esperança em exportações ou recursos vindos de outros países”, avalia Otávio Freire, professor da USP e um dos idealizadores do Fórum Allied Minds.

Os dados analisados mostram ainda que o setor de RH está mais preocupado e cauteloso que os demais, enquanto os CEO’s em geral tendem a achar que o país vive uma crise, mas que vai passar: “É como eu comer bastante agora e achar que vou emagrecer no futuro”, afirma Freire.

Líderes dos setores de financeiro, bebidas e fumos consideram a inflação uma das principais vilãs para os negócios. 67% dos CEO’s de diversos segmentos da economia de todo o país veem a crise na presidência como fator determinante e um dos causadores da crise na economia, enquanto 59% atribuem a responsabilidade também ao congresso nacional. Entre os escândalos políticos, o que mais chama a atenção desses líderes é a corrupção.

Quando perguntados sobre a expectativa de crescimento das empresas, os líderes dos segmentos de Educação, Transporte e Logística são os mais pessimistas, acreditando num crescimento de 17% ainda em 2016 e de 5% nos próximos anos, enquanto os setores mais otimistas, Têxtil, Água e Saneamento e Cosméticos esperam um crescimento de 24% para este e para o próximo ano.

Diante do cenário, o foco do CEO passa a ser, principalmente, ações de vendas, que tem 27% de intenção de investimento e está na liderança, seguidos por inovação, finanças e redução de custos, por exemplo.

Como mudar e melhorar em meio à crise?

Após a apresentação da pesquisa, o fórum contou com a palestra da consultora norte-americana Sharon Seivert, que falou sobre o método OPB (Organizational Balance Profile), criado por ela e projetado para identificar pontos fortes e fracos nas organizações, suas causas, identificando pontos específicos e tangíveis de melhoria e onde uma organização mais precisa melhorar o seu desempenho.

“Sempre há algo a melhorar em uma organização seja em gestão, pessoas ou processos. Isso fica ainda mais evidente em períodos de crise, como o atual no Brasil. Mas a pergunta que precisa ser feita é: você quer realmente mudar? Está preparado para dar um pouco mais de si em prol do seu trabalho, da sua equipe e da sua organização?”, questiona Sharon Seivert.

“OBP é uma maneira simples e prática de avaliar e abordar questões organizacionais complexas, especialmente sob a situação de incerteza endêmica que estamos vivendo no Brasil, utilizando o conceito de simplicidade elegante”, descreve Paulo Rovai, diretor da TrendQuest e Head Partner do Allied Minds.

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