Mercado Livre irá investir mais de R$ 3 bilhões no Brasil

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O Mercado Livre Inc. irá investir mais de 3 bilhões de reais ou US$ 718 milhões no Brasil no próximo ano, focados principalmente em serviços financeiros e logística. “Abriremos mais centros de distribuição e buscaremos parcerias para reduzir ainda mais o prazo de entrega”, disse Stelleo Tolda, diretor de operações.

As informações sobre investimentos para o próximo ano seguem investimentos de R$ 2 bilhões no Brasil no ano passado e de R$ 3 bilhões este ano. À medida que a concorrência de empresas como Amazon.com Inc., Magazine Luiza SA e B2W Cia Digital vem aumentando, o Mercado Livre está defendendo sua participação de mercado em cerca de 33% e procurando fazer com que os clientes utilizem cada vez mais seus serviços de pagamento no dia a dia.

“Acreditamos firmemente no potencial de crescimento desse negócio. Por isso é muito cedo para focar apenas na rentabilidade”, disse Tolda, que conheceu o fundador do Mercado Livre, Marcos Galperin, na Universidade de Stanford, no final dos anos 90. Ele lidera os negócios no Brasil desde o início, há 20 anos.

O Mercado Livre, com sede em Buenos Aires, mas com operações em 18 países e ações negociadas em Nova York, oferece entrega no mesmo dia em São Paulo e procura, em 2020, expandir sua entrega no dia seguinte para pelo menos 16 cidades.

Atualmente, a empresa opera dois centros de distribuição perto de São Paulo e abrirá instalações em outras regiões, para acelerar sua entrega em um país maior que o EUA continental.

O foco mais recente da empresa é são os serviços financeiros, que buscam conquistar grande parte da população sem contas bancárias. O MercadoPago, plataforma de pagamentos, lidera o crescimento da empresa. O número de transações mais que dobrou na comparação anual no segundo trimestre, com o valor subindo 47%, para US$ 6,5 bilhões. Isso se compara a US$ 3,4 bilhões em valor bruto de mercadorias do mercado.

“Vemos oportunidades não apenas em pagamentos, mas em todos os serviços financeiros. Incluindo crédito, investimentos e, eventualmente, seguros”, disse Tolda. “O MercadoPago também é a maneira pela qual acreditamos que teremos maior recorrência na vida das pessoas”.

O Mercado Livre precisa investir em marketing para a marca MercadoPago e procurar empresas para fornecer soluções de pagamento e clientes individuais para usar a carteira virtual. Oferecendo pagamento com cartões e códigos QR, o MercadoPago já fechou acordos com uma grande variedade de empresas de tijolo e argamassa no Brasil, como postos de gasolina, farmácias e o metrô de São Paulo.

A empresa não planeja desmembrar a unidade de produtos financeiros. Ele a vê como uma maneira de aumentar a interatividade com os clientes e atrair compradores para sua plataforma de comércio eletrônico. “Atualmente, o consumidor médio brasileiro de comércio eletrônico compra um item por mês e o Mercado Livre deseja intensificar a frequência de compras para pelo menos uma vez por semana”, disse Tolda.

A companhia abriu recentemente novas categorias de moda sem gênero e produtos sustentáveis ​​em sua plataforma de comércio eletrônico para atrair consumidores mais jovens. Também planeja expandir a entrega no dia seguinte para 16 cidades maiores, das oito atualmente, após fechar um acordo com a unidade de carga da companhia aérea Azul SA que poderia ajudar a reduzir sua dependência dos correios do país.

O Mercado Livre subiu 93% no acumulado do ano para US$ 566 na Nasdaq. Isso se compara a 18% na Amazon, 28% no Alibaba Group Holding e 39% no EBay Inc.

Depois de levantar US$ 1,9 bilhão no início deste ano, incluindo grande parte da PayPal Holdings Inc., o Mercado Livre está se concentrando no investimento em seus principais negócios, em vez de em novas aquisições ousadas, de acordo com Tolda. Estão em andamento negociações com o PayPal sobre como colaborar em várias áreas, apesar de serem concorrentes.

“O modelo deles é tradicional de pagamento online, e estamos vendo um potencial ainda maior offline do que online”, com o MercadoPago, disse Tolda. “É um caminho interessante, essa ideia de ‘frenemy’, que existe no mercado de tecnologia”.

Fonte Mercado & Consumo
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