Caixa promove mudanças para reduzir gastos
A Caixa Econômica Federal está promovendo mudanças no seu “modelo de gestão” para reduzir custos. A princípio, medida atinge a sua matriz, em Brasília.
De acordo com o Sindicato dos Bancários de Brasília, entre as ações implementadas pelo banco, controlado pelo governo federal, está o corte de cargos comissionados ou funções (exercidas por funcionários e que geram aumento de salário) e transferência de 570 dos cerca de 5 mil empregados da matriz.
Sindicalistas e representantes de funcionários da Caixa são contra a reestruturação e prometem reagir para pressionar a direção do banco a voltar atrás.
“Disseram que querem tornar a empresa mais eficiente, a única justificativa foi essa. Mas o que a gente tem visto é que é uma busca de economia mesmo, querem economizar dinheiro da operação”, disse diretor do sindicato, Wandeir Severo, que é funcionário da Caixa.
Segundo Severo, a Caixa não informou um valor oficial da economia pretendida com as medidas. Ele apontou, porém, que esse valor pode chegar a R$ 130 milhões por ano.
O diretor do sindicato disse ainda que as mudanças, comunicadas pela direção do banco aos empregados na quinta passada (10), estão provocando “clima de terror.”
De acordo com ele, a perda de função ou cargo comissionado pode representar corte de até 2/3 no salário de alguns dos funcionários atingidos.
O banco informou ainda que “está compatibilizando as necessidades da empresa com o perfil e experiência de seus empregados.” E que “as adequações em sua estrutura vão racionalizar processos, melhorar a gestão estratégica, operacional e negocial do banco.”
De acordo com o sindicato, a reestruturação foi comunicada aos funcionários na semana passada, dois dias antes de a presidente da Caixa, Miriam Belchior, anunciar que o banco registrou no ano passado lucro líquido de R$ 7,2 bilhões. O resultado de 2015, 0,9% superior ao obtido em 2014.
No mesmo dia em que anunciou seu resultado, a Caixa também apresentou medidas de estímulo ao crédito imobiliário, com aumento da cota de financiamento de imóveis usados e reabertura do financiamento do segundo imóvel.
O banco vai aumentar a cota de financiamento de imóveis usados, que deverá alavancar o mercado como um todo. De acordo com a Caixa, hoje é possível financiar até 50% do valor do imóvel usado – fatia que vai passar a 70%.