Os prós e contras de embarcar em uma franquia nova

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Lançar franquias ficou na moda. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), apenas no ano passado 239 redes entraram em operação, totalizando 9.242 franqueadoras no Brasil. Mas será que embarcar em uma franquia nova é uma boa opção?

Segundo Adir Ribeiro, fundador e presidente da Praxis Business, isso depende do seu perfil. “Quem procura uma franquia nova tem de ter uma personalidade mais agressiva e estar disposto a correr riscos”, afirma. As informações são do site Exame.com

Filomena Garcia, sócia da Franchise Store, dá um conselho para qualquer um que queira ter uma franquia, seja ela tradicional ou nova: “o que não muda é olhar se esse negócio foi formatado para ser franqueável e se há uma revisão periódica em seu modelo”, afirma a especialista.

Dentro dessa busca por informações, um documento que todo franqueado deve exigir é a Circular de Oferta de Franquia (COF), que mostra tudo que é preciso saber antes de entrar em uma franquia. “Todo franqueador é obrigado, por lei, a oferecer o documento no mínimo dez dias antes de qualquer pagamento ou assinatura de contrato. Se não for comprovado que a COF foi entregue no prazo, os contratos são anulados”, diz Marcus Rizzo, sócio da Rizzo Franchise.

Veja, a seguir, quatro oportunidades e quatro cuidados que um futuro franqueado deve ter ao se decidir por uma franquia recém-lançada:

Pró: pode ser uma oportunidade de mercado

Caso o modelo de negócio da franquia seja uma novidade, é possível que o franqueado aproveite esse diferencial. “Levar inovação para o mercado pode abrir uma oportunidade de sucesso”, diz Filomena.

Nessa situação de oportunidade, é possível obter um retorno do investimento em um prazo menor do que em franquias mais tradicionais. “No momento certo e com um investimento razoável, o negócio pode ser muito rentável. Isso acontece quando você consegue ter um grande volume de vendas”, afirma Rizzo.

Pró: o investimento pode ser menor e dá para negociar adicionais

A maioria das franquias recém-lançadas costumam pedir um investimento inicial menor por parte do franqueado. “Elas costumam ter taxas menores. Depois que crescem, esse valor vai aumentando”, afirma Rizzo.

Segundo Ribeiro, o risco maior oferecido pela franquia nova faz com que o franqueado possa barganhar nos custos adicionais. “Aproveite este fato e negocie condições diferenciadas em relação a questões como marketing de lançamento da franquia”, sugere o especialista.

Pró: a franquia está aberta a sugestões

Segundo Filomena, os franqueadores costumam estar mais abertos a mudanças quando o empreendimento acabou de ser formatado e lançado. Assim, essa é uma oportunidade para o franqueado contribuir com o modelo de negócios da franquia. “Ele pode contribuir mais com ideias e sugestões”, diz a especialista.

Pró: o franqueado pode crescer com a marca

Embarcar em uma franquia nova é bom para quem quer abrir mais de uma unidade do mesmo negócio. “Você, depois de pegar um know-how, quer crescer com a marca. Mas as franquias tradicionais já têm muitos franqueados, e há uma limitação de crescimento. Você acaba tendo de ir para outra franquia”, diz Filomena.

Contra: o negócio ainda não foi muito testado

Antes de embarcar em qualquer franquia, é preciso questionar a experiência anterior do franqueador em relação ao modelo de negócio que ele oferece. Segundo pesquisa feita pela Rizzo Franchise neste ano, 43% de todos os franqueadores não possuem uma unidade própria, o que está associado à falta experiência.

Rizzo recomenda questionar se o franqueador já concluiu um ou dois ciclos fiscais do negócio, para garantir informações como prazo de retorno e capital de giro necessário. Também é preciso saber se há algum franqueado que já opera neste modelo de negócio, para ter uma prova prática dos dados que a franqueadora oferece.

Filomena diz que o franqueado precisa ser mais flexível se quiser ter uma franquia recém-lançada. “O franqueador estará ajustando sua operação, e você deve estar aberto a aprender junto com ele”.

Contra: o risco é maior

Além de tomar cuidado com as franquias sem unidade própria, o futuro franqueado também deve ficar atento às marcas em que o franqueador possui uma unidade. Isso porque, com o crescimento do seu negócio, muitos empreendedores acabam optando por entrar no mercado de franquias sem antes estudar a fundo esse modelo. Nos dois casos, o risco para o franqueado é maior do que com franquias tradicionais.

“Esse investidor tem de ter consciência desse risco. Em uma franquia recém-lançada, o suporte ainda não está estruturado”, diz Ribeiro. Segundo Rizzo, a avaliação deve ser mais cuidadosa. “Você pode estar entrando em uma aventura com outro aventureiro, e não com um guia”.

Contra: a marca ainda é desconhecida

Se a rede de franquias é nova, ela provavelmente é desconhecida do público – a não ser que já possua muitas unidades próprias. “Você vai crescer com a marca, há um tempo de maturação”, afirma Filomena. A especialista recomenda saber quantas unidades a marca pretende ter. Assim, você já poderá saber quais são os planos do franqueador em termos de expansão.

Saiba que, no começo, você terá de por a mão na massa também nesse aspecto. “Divulgação é um trabalho que sempre fica na mão dos primeiros franqueados, o que exige um esforço maior”, afirma Rizzo. Esse é um dos fatores que explicam porque redes recém-lançadas exigem um investimento inicial menor por parte do franqueado.

Contra: pode ser apenas uma moda

Um problema que também tem a ver com a marca é o fato de que algumas novas franquias apostam em negócios que estão na moda. O cuidado está em verificar se essa tendência pode sobreviver no longo prazo, considerando os efeitos da sazonalidade: será que a franquia resiste a épocas com menor procura do seu produto ou serviço?

“Geralmente, quando você entra no negócio, a moda já passou. Acredite em redes que tenham alta possibilidade de sobrevivência e também consistência. Quem pode te dar essa informação é quem já está operando, ou seja, os franqueados que a rede já tem”, afirma Rizzo. O especialista diz que uma empresa pode até ter produtos da moda no portfólio, mas não fazer um negócio sustentado apenas por eles.

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