O Índice de Qualidade de Vida no Trabalho (IQVT), a ferramenta de medição online de satisfação profissional criada pela Sodexo no começo do ano, já traz seus primeiros resultados.
A partir dos dados de percepção colhidos de mais 3,5 mil brasileiros, a Sodexo informa que a nota atual geral de qualidade de vida é de 5,83, sendo 10 o máximo. Medir o seu nível de satisfação no trabalho não leva mais do que cinco minutos, no site da pesquisa.
Esta é a primeira leva de resultados com base em amostra não controlada: pessoas de todos os tipos responderam às perguntas espontaneamente no site da Sodexo.
Ao lançar a ferramenta, há três meses, a Sodexo apresentou pesquisa com amostra controlada formada por grupo de 600 pessoas, ou seja, com proporções iguais à da população brasileira no que diz respeito a gênero, condição socioeconômica, localização geográfica, entre outros aspectos.
O índice de qualidade de vida aferido com a amostra controlada foi de 6,5. Mas, pela diferença na metodologia de coleta de dados entre as duas pesquisas, Cosenza não considera justa a comparação entre uma e outra. “Quando tivermos pelo menos umas 50 mil pessoas respondendo acho que pode ser comparável”, diz.
A ideia é colher novos resultados a cada trimestre. Na divisão por cargo, pessoas em cargos de liderança se mostram mais satisfeitas, e predominantemente têm entre 35 anos e 54 anos, além de nível superior completo e algumas com pós-graduação. Homens são maioria. Confira a tabela:
Cargo | Índice de Qualidade de Vida (De 0 a 10) |
---|---|
Presidência/diretoria/gerência/proprietário/dono | 6,31 |
Outros | 5,93 |
Professor | 5,9 |
Coordenação/supervisão/chefe de seção | 5,77 |
Empregado de áreas executivas/administrativas/ financeiras, sem atribuição de chefia | 5,56 |
Empregado de serviços de limpeza e manutenção | 5,51 |
Serviços de apoio administrativo (secretários, recepcionistas, telefonistas) | 5,49 |
Estagiário | 5,48 |
Corretor de imóveis | 5,47 |
Empregado de área de fabricação/operário/operador de maquinário | 5,38 |
Entre as hipóteses que colocam os líderes entre os mais satisfeitos do grupo pesquisado, a remuneração alta e a estabilidade profissional – mais frequentes em cargos de chefia – falam mais alto por se tratar de momento de crise, segundo Fernando Cosenza, diretor de marketing da Sodexo. “Especialmente com o desemprego rondando, não nos surpreende”, diz.
O grupo profissional definido que aparece em seguida é o dos professores. A heterogeneidade da profissão deve ser levada em conta já que há grandes diferenças entre ensino público e privado, por exemplo.
Apesar de o reconhecimento financeiro ser menos frequente na carreira, a interação social e o aprendizado são aspectos bem evidentes do dia a dia de um professor. “Além disso, fora em casos extremos do ensino público, o ambiente de uma escola é, digamos, bom, se você for comparar com o de uma fábrica, uma plataforma de petróleo”, diz o diretor da Sodexo. Professor, diz ele, não dá aula de capacete.
O ambiente, muitas vezes barulhento e com riscos de acidente, é, aliás, uma das hipóteses que pode ter influenciado a percepção negativa de qualidade de vida no trabalho entre profissionais de fábrica, o grupo dos mais descontentes segundo a pesquisa.
“Tem também a questão da dificuldade de transporte já que muitas fábricas são afastadas do centro. Isso implica na questão de saúde e bem-estar”, diz. Com relação a idade, a pesquisa mostra que os mais jovens parece estar sendo as pessoas mais insatisfeitas.