O que você deve levar em conta antes de investir em um negócio próprio

0 1.960

*Por Arnaldo Vhieira coordenador do curso de Gestão Financeira da FMU

O sonho de diversos pequenos empreendedores é se tornar o próprio patrão e ter sempre à mão o dinheiro necessário para satisfazer suas necessidades, sem ter que pedir ou esperar que o outro autorize ou libere a verba – ou seja, a esperança de se manter por meio do seu próprio empreendimento.

O problema está quando ocorre o processo inverso: a pessoa física passa a sustentar a pessoa jurídica. Assim, a crença no mito pode custar caro: muitas vezes, suas economias pessoais.

Então, vem a indagação empreendedora: o que devo levar em conta antes de colocar minhas economias na empresa?

Análise e planejamento em longo prazo

Em artigo anterior, escrevi sobre o ponto de equilíbrio de uma empresa como um momento que todas as receitas da empresa possam permitir o cumprimento dos compromissos e assim, a obtenção de lucro.

Dessa forma, antes de investir em qualquer tipo de negócio, é importante analisar e considerar qual o montante de investimento e tempo necessários para alcançar esse ponto, além, é claro, de um planejamento inicial que envolve o estudo sobre o ramo de atividade escolhida.

Acontece que, muitas vezes, esse planejamento é suprimido pela ansiedade de obter logo o retorno de investimento. Outras vezes, a própria recessão que estamos passando em nossa economia causa um desiquilíbrio no faturamento. É nesse momento que vem o desespero e o “impulso” de injetar dinheiro pessoal para equilibrar as contas.

Cuidado, caro empreendedor: esse comportamento pode custar caro e ocasionar a perda do capital investido ou, muitas vezes, a perda das economias pessoais. Ter cautela e prudência é o caminho para voltar a crescer e obter lucro.

Devo tirar recursos das minhas economias pessoais?

A respeito das economias pessoais, geralmente representam excedentes financeiros acumulados ao longo do tempo por uma pessoa, depositados ou investidos em alguma modalidade de investimento ou empregadas em algum bem móvel ou imóvel, com vistas em alguma forma de remuneração presente ou futura.

É um capital caro e, se depender de terceiros (como empréstimos, cartão de crédito ou cheque especial), pode representar um endividamento muito maior do que os prejuízos correntes do negócio.

Economias pessoais não devem ser consideradas. A melhor decisão de injeção de recursos em uma empresa é em forma de capital de giro. Porém, sabendo da realidade de muitos empreendedores, devemos considerar os seguintes questionamentos, quando por um acaso decidirem utilizar economias pessoais:

a) A empresa tem capacidade de gerar lucro, mesmo com a injeção desse capital?

b) Qual a relação de risco/retorno para o “bendito” investimento?

c) Qual o tempo para o retorno?

d) Qual o tempo previsto para alcançar o ponto de equilíbrio?

e) Por fim, qual o tempo esperado para o investimento?

As respostas para essas perguntas somente você pode dar. Cada negócio tem suas peculiaridades e tudo deve ser analisado com cautela antes de misturar as economias pessoais com o capital de investimento de uma empresa, visto que o riscos aumentam significativamente e o prejuízo dessa operação pode comprometer não somente o empreendimento, mas também a pessoa física que está por trás dele.

Lembre-se: o dinheiro é seu, não da empresa. Todas as vezes que você tiver dúvida de quando investir, seja o principal credor do seu negócio e cobre do mesmo os juros sobre seus investimentos pessoais.

 

Fonte Exame.com
Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.