As companhias preferidas da nova e da velha geração na busca por emprego

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Em alguns assuntos os chamados “millennials”, com idades entre 25 e 35 anos, e os profissionais mais experientes na faixa dos 45 anos parecem estar alinhados. Para os dois grupos, as empresas preferidas para buscar emprego ou para observar como andam os salários em seus setores são a Ambev e o Itaú Unibanco. Nas duas listas de preferências também aparecem Mercado Livre e Nestlé, que ficou com a décima posição em ambos os casos.

O levantamento foi feito pelo site Love Mondays, uma plataforma onde funcionários publicam salários e opiniões sobre suas companhias, anonimamente, e as companhias, por sua vez, divulgam vagas de emprego. Em três anos, o site já contabilizou 800 mil avaliações de 80 mil empresas. Publicações que são acessadas mensalmente por quase 2 milhões de usuários.

“Acredito que essas companhias se destacaram por terem marcas muito fortes e por terem se reinventado aos olhos dos profissionais”, diz Luciana Caletti, CEO do Love Mondays, referindo-se ao Itaú e à Ambev. Outras companhias como a JSL, terceira colocada na lista dos mais experientes, segundo ela, são praticamente desconhecidas pelos jovens.

Pelo estudo, feito com base na análise de dados disponíveis na plataforma, foi possível indicar também os setores mais buscados. Segundo Luciana, os jovens procuram mais empresas na áreas de serviços financeiros, seguidas por tecnologia, telecomunicações e bens de consumo. Entre os mais experientes, a preferência é por ONGs, associações, empresas de bens de consumo e serviços financeiros.

“As escolhas têm a ver com o momento da carreira”, diz Luciana. Se, por um lado, os jovens sonham com empresas tecnológicas e se inspiram no estilo do Google, os mais velhos ainda acreditam na estabilidade de empresas públicas como a Caixa Econômica Federal e Petrobras.

Lançado em 2014, com um investimento inicial de mais de U$ 2 milhões, do fundo Kaszek Ventures, o Love Mondays hoje tem 30 funcionários e desde o início do ano passou a atuar também no México e na Argentina. No ano passado, foi adquirido pelo site Glassdoor, por valor não revelado. A plataforma americana criada em 2008 em Sausalito, na Califórnia, serviu de inspiração para os três fundadores do Love Mondays, porque presta o mesmo tipo de serviço e já avaliou quase 600 mil empregadores de 190 países.

Luciana conta que, no início, o Love Mondays causou um certo desconforto porque os brasileiros não costumam revelar quanto ganham. “As pessoas muitas vezes não contam nem para a família”, diz. Tudo por aqui é sigiloso. Em outros países, como nos Estados Unidos, é muito mais comum se falar sobre a remuneração abertamente. “Acredito que isso acontece por conta da diferença social que existe por aqui”, diz. “O salário de um diretor pode chegar a ser 50 vezes maior do que o de sua secretária.”

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