A pandemia derrubou o consumo de energéticos entre os jovens. Esse comportamento é reflexo direto do isolamento social. Afinal, esse tipo de bebida costuma ser consumida como um esquenta para baladas, shows, encontros e festas – eventos que foram cancelados durante a quarentena.
Estudo realizado pela Dotz mostra que o gasto médio com energéticos de consumidores com até 30 anos caiu 29% nos meses abril e maio em relação a igual período de 2019.
Em contrapartida, o jovem passou a consumidor mais vinho. O aumento nessa faixa etária foi de 38%, indicando uma mudança no comportamento de compra.
“Basta olhar para dentro de casa. Tenho duas filhas, de 18 e 21 anos. Elas são reflexo desse movimento. Elas saíam de sexta e sábado, tomavam um energético antes. Agora, a dinâmica mudou”, afirma Fábio Santoro, vice-presidente da Dotz, programa de fidelidade que analisou o padrão de compra de 2,3 milhões de pessoas.
Efeito Zoom
De um modo geral, a pandemia elevou o consumo de vinho em todas as faixas etárias. De janeiro a maio, as vendas subiram 12% em relação a igual período de 2019. Especialistas enxergam nesse aumento um pouco do efeito Zoom, ou seja, das videoconferências entre amigos.
Outro fator que contribuiu para isso foi a expansão do e-commerce de vinhos.
No caso dos jovens, Santoro diz que muitos estão conhecendo o vinho dentro de casa. “Muitas famílias estão apresentando o vinho para seus jovens na pandemia. E eles estão experimentando e gostando.”
Fim da saidinha de fim de semana
Santoro afirma que o consumo que o jovem fazia de fim de semana foi deslocado para dentro de casa. Em vez de bares e restaurantes, o consumidor de até 30 anos está cozinhando mais. Essa conclusão pode ser tirada sobre os itens que mais tiveram crescimento na cesta de consumo desse público:
- Azeite: 65%
- Manteiga: 47%
- Creme de leite: 39%
- Vinho: 38%
“Sem poder sair para bares e restaurantes, esse público passou a preparar seu alimento dentro de casa. A compra desses itens mostra o consumo de itens utilizados no preparo de massas e risotos”, afirma Santoro.
Que estranha essa afirmacao, o retrato da categoria de energeticos durante e antes da pandemia e de muito crescimento. Se tornando um produto com o share maior que sucos, isotonicos, agua de coco, etc..