O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação positiva de 0,16% no mês de setembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação desacelerou em relação a agosto, quando o índice foi de 0,19%.
No ano, o índice acumulou 1,78%, bem abaixo dos 5,51% em igual período do ano passado. Foi a menor inflação acumulada até setembro desde 1998, quando a inflação ficou em 1,42%.
Nos últimos 12 meses, o IPCA ficou em 2,54%, resultado superior aos 2,46% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Influência positiva
A maior alta do mês foi do grupo transportes, com variação de 0,79%. As passagens aéreas tiveram variação positiva de 21,90%. Já os combustíveis tiveram a maior influência, com alta de 1,91%.
O litro da gasolina ficou, em média, 2,22% mais caro de agosto para setembro. “A gasolina subiu menos que o mês passado, mas ainda assim subiu com força este mês, assim como o etanol”, afirmou o gerente de índices e preços do IBGE, Fernando Gonçalves.
O grupo alimentação e bebidas recuou pelo quinto mês seguido. Em setembro, a queda foi de 0,41%, com destaque para o consumo em casa, que teve retração de 0,74%. Essa queda teve influência de itens como o tomate (-11,01%), o alho (-10,42%), o feijão-carioca (-9,43%), a batata-inglesa (-8,06%) e o leite longa vida (-3,00%).
Já o custo da alimentação fora de casa subiu 0,18% no mês de setembro, segundo o IBGE.
Influência negativa
No grupo habitação (-0,12%), a conta de luz puxou a queda, ficando 2,48% mais barata. Segundo o técnico do IBGE Fernando Gonçalves, a energia elétrica teve o maior impacto negativo no índice de setembro.
Segundo o IBGE, a maior influência veio da mudança para a bandeira tarifária amarela a partir de 1º de setembro, representando uma cobrança adicional de R$ 0,02 a cada Kwh consumido. Em agosto, a bandeira vigente era a vermelha, mais cara.
Cálculo do IPCA
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e abrange famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, em 10 regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços no período de 30 de agosto a 27 de setembro (referência) com os preços ventre 1º de agosto a 29 de agosto de 2017.
INPC tem deflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação negativa de 0,02% em setembro, a menor para setembro desde 1998, quando houve queda de 0,31%. No ano, o acumulado foi de 1,24%, bem abaixo dos 6,18% em igual período do ano passado.
Já nos últimos 12 meses, o índice recuou para 1,63%, ficando abaixo do 1,73% nos 12 meses imediatamente anteriores. Segundo o IBGE, as variações acumuladas no ano e em 12 meses são as menores para um mês de setembro desde o início do Plano Real.
Maiores altas:
- Passagem aérea: 21,90
- Mamão: 11,59%
- Maracujá: 8,51%
- Caranguejo: 7,59%
- Laranja baía: R$ 6,21%
- Peixe-anchova: 5,47%
- Peixe-dourado: 4,99%
- Gás de botijão: 4,81%
- Uva: 4,10%
- Cape de filé: 3,86%
- Tangerina: 3,60%
- Peixe-salmão: 3,57%
- Limão: 3,29%
- Filé mignon: 3,26%
- Contrafilé: 2,94%
Maiores baixas:
- Feijão mulatinho: -19,64%
- Pimentão: -15,69%
- Inhame: -15,41%
- Morango: -13,38%
- Tomate: -11,01%
- Alho: -10,42%
- Manga: -10,28%
- Feijão-carioca: -9,43%
- Goiaba: -8,44%
- Batata inglesa: -8,06%
- Cebola: -7,13%
- Peixe pacu: 6,16%
- Feijão fradinho: -6,01%
- Artigos de papelaria: -4,28%
- Peixe cavala: -5,39%