Faturamento do segmento atacadista distribuidor segue em queda

O faturamento do setor atacadista distribuidor segue em queda segundo pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração). Em agosto, de acordo com percentuais deflacionados, tanto na comparação anual como na comparação mês a mês houve retração, respectivamente, de 3,9% e 2,6%. No acumulado do ano, em oito meses o crescimento foi de apenas 0,58% em relação ao mesmo período do ano passado.

“O cenário econômico vem se deteriorando rapidamente, com impacto direto no varejo e, consequentemente, no setor atacadista. Com a economia estagnada, juros altos e picos inflacionários, não há muito tempo para reverter essa situação neste ano”, afirma o presidente José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD.

A entidade iniciou 2014 com a previsão de crescimento de 3,5%. Em agosto, depois do efeito Copa do Mundo, baixou para 2,5%. Agora, a expectativa do setor é crescer algo entre 1,5% e 2%.

O consumo da classe C, que vinha sustentando a economia nos últimos tempos, não tem mostrado o mesmo vigor. Dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio) e do Data Popular divulgados recentemente mostram  desaceleração das compras nessa fatia da população, ao mesmo tempo que revelam maior endividamento.

A pesquisa mensal do comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia (IBGE), apontou crescimento do varejo de 1,1% em agosto na comparação com o mês anterior. Em relação a agosto de 2013, no entanto, a queda persiste, atingindo 1,1%. Segmento de maior peso no comércio, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram queda de 0,1%.

“Há um consenso no setor de que 2015 será um ano de ajustes econômicos e, seja quem for o presidente eleito, não há como fugir desse cenário”, afirma José Egito. A previsão de crescimento do setor atacadista distribuidor para o próximo ano é de 2%.

Apesar das perspectivas pouco animadoras, a ABAD aposta na capacidade do setor de superar situações adversas. “É o momento de rever estratégias e redobrar esforços para atingir as metas, ainda que sejam modestas. E um dos caminhos é buscar ganhos de produtividade e eficiência. Sabemos que o setor tem importante papel no abastecimento das famílias de todo o país e é fundamental manter o consumo em patamares capazes de dinamizar a nossa economia”, afirma José do Egito.

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