‘Não me preocupa que as máquinas pensem como as pessoas. Eu me preocupo que haja pessoas que pensam como máquinas’

O CEO da Apple, Tim Cook, diz que é imprescindível “inserir” humanidade nos futuros avanços da tecnologia para garantir que tenham efeitos positivos. Ao falar sobre inteligência artificial na Conferência Mundial sobre Internet, na China, Cook defendeu o desenvolvimento de AI. “Nunca antes o futuro tinha oferecido tantas possibilidades com tecnologias que podem mudar o mundo”, afirmou.

Ao mesmo tempo, Tim Cook rebateu comentários de que é preciso humanizar mais os esforços de AI. “Não me preocupa que as máquinas pensem como as pessoas. Eu me preocupo que haja pessoas que pensam como máquinas”, explicou.

Cook debateu o assunto com os executivos-chefes das principais empresas de tecnologia do mundo, como Google e Alibaba. Reunidos na abertura da conferência, os CEOs e os gurus da tecnologia global destacaram as imensas possibilidades que se abrem com a inteligência artificial, mas alertaram sobre importantes riscos para a segurança e a privacidade, pedindo uma maior cooperação internacional. “A rede industrial global experimentará mudanças profundas, com as máquinas assumindo a maioria dos trabalhos repetitivos, com a criação de mais empregos criativos”, afirmou.

Já Sundar Pachai, do Google, acredita que há uma “grande revolução em andamento”. Por isso, ele destacou a importância da formação digital contínua dos profissionais. “A automatização e a inteligência artificial vão mudar a natureza do emprego”, afirmou Pachai.

Para Chuck Robbins, executivo-chefe da Cisco Systems, a maior fabricante mundial de tecnologia de redes informáticas, será preciso uma “nova era de cooperação internacional” devido à complexidade dos avanços que estão sendo desenvolvidos. Fundador da Xiaomi, Lei Jun, afirmou que a chave para o futuro estará na “convergência” de todos os setores tecnológicos nas comunicações móveis, possível graças à chegada do padrão 5G, que entrará em funcionamento em breve na China.

O russo Yevgeny Kaspersky, fundador da Kaspersky Lab, descreveu um panorama que pode ser “aterrorizante” por causa de cibercriminosos altamente preparados, o que também requer, nesse sentido, uma maior cooperação internacional dos países.

A presença de Tim Cook (Apple), Sundar Pachai (Google) e Chuck Robbins (Cisco) ao lado dos chineses Jack Ma (Alibaba), Pony Ma (Tencent), Robin Lee (Baidu) e Lei Jun (Xiaomi) representou uma vitória política para o governo da China, já que as três primeiras edições não tinham atraído líderes empresariais do Ocidente.

A 4ª edição da Conferência Mundial sobre Internet, realizada na cidade de Wuzhen, termina na próxima terça-feira e ocorre enquanto a China aumenta a censura sobre a rede. Nos últimos meses, o WhatsApp foi bloqueado no país. Já os serviços de VPN que permitem furar a censura chinesa estão sob a mira das autoridades locais.

A Apple, por exemplo, retirou de sua loja de aplicativos na China tanto programas que ajudavam os usuários a usar VPN como outros proibidos pelo governo local, como o Skype. A presença de Pichai na conferência chamou especial atenção, já que os serviços do Google seguem bloqueados na China.

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