Empresas de softwares desenvolvem chatbots para a realidade das pequenas e micro

Com a proposta de oferecer um “assistente virtual” disponível 24 horas por dia em canais de atendimento ao cliente, startups desenvolvem chatbots baseados em inteligência artificial para negócios de pequeno porte.

Em resumo, o termo chatbot é uma abreviação em inglês para “robô de conversa”. Essa tecnologia consiste em software com a tarefa de gerenciar os diálogos entre os usuários e o robô, que é baseado em inteligência artificial. Esse tipo de sistema pode ser instalado em diversas plataformas e mídias sociais: sites, Facebook, Instagram, WhatsApp ou aplicativos.

O diretor de conteúdo do Mobile Time – portal especializado na cobertura no segmento de bots no Brasil -, Fernando Paiva, afirma que “o atendimento humano pode ser muito agradável”. Mas, se o negócio apresenta forte demanda, o custo-benefício pode ser maior ao implementar ferramentas como o chatbot, explica o especialista.

De acordo com um levantamento realizado por Paiva, a cidade de São Paulo pode ser considerada a “Meeca” para mercado de bots. Segundo a pesquisa, o Estado concentra 68% das desenvolvedoras de bots no território nacional. Em seguida, figuram na lista o Rio Grande do Sul (13%), Minas Gerais (5%), Rio de Janeiro (3%) e Santa Catarina (3%).

A Ilink é uma das empresas que desenvolve chatbots também para negócios de pequeno porte. Fundada em 2005, a companhia está instalada em São Paulo e também opera em Uberlândia.

Metade dos 12 clientes que a empresa tem atualmente são pequenos. Segundo o diretor-geral da Ilink, Ricardo Gorski, para negócios voltados para cobrança ou recuperação de crédito, a implementação de bots pode ajudar no relacionamento com o cliente. “Muitas vezes o devedor fica muito mais a vontade de falar com um robô do que com uma pessoa”, diz.

A recuperadora de crédito Digicob é uma das companhias que passaram a ter a ferramenta de chatbot desenvolvida pela Ilink. O negócio começou a utilizar a tecnologia em 2017. O período de adaptação e alinhamento entre os sistemas levou seis semanas, afirma o gerente de produtos da Digicob, Rodrigo Garcia. “O sistema com bot nos ajudou na diminuição de custos, pois a maioria das pessoas preferem conversar com um robô por meio da troca de mensagens, sem a necessidade de um operador ”, pontua Garcia.

Gorski explica que, para os seus clientes que não estão familiarizados com a lógica de funcionamento do chatbot, existe um período de treinamento oferecido pela Ilink. Esse tempo de capacitação varia entre 30 dias até seis meses. Em relação ao preço, o executivo afirma que a quantia paga pelo cliente vai depender muito da complexidade e aperfeiçoamento do “assistente virtual”. “O valor pode oscilar entre R$ 300 e R$ 3 mil mensais”, alega.

Outra empresa que oferece o desenvolvimento de chatbots para negócios de pequeno porte é a Hi Platform. “A partir de R$ 600 [por mês], o empresário já pode ter uma ferramenta como esta” diz o gerente de vendas Fábio Miranda. O gerente conta que o software de atendimento da Hi Platform é fruto de uma parceria com a Amazon Web Service (AWS), que oferece ferramentas de autoatendimento para aperfeiçoar a precisão de respostas e interação do bot com o usuário. O tempo estimado para implementação da tecnologia nos diversos canais de comunicação do cliente – Facebook, site ou aplicativo – é de 30 dias.

A empresa tem cerca de 500 clientes e atua em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O faturamento esperado é de R$ 25 milhões para 2018 e a expectativa de crescimento gira em torno de 20% para este ano.

 

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