Os economistas e especialistas falam isso h\u00e1 um tempo, mas parece que agora a percep\u00e7\u00e3o de que a economia vai mesmo melhorar chegou aos pequenos e m\u00e9dios empres\u00e1rios brasileiros. Para o segundo trimestre deste ano, a confian\u00e7a desses agentes aumentou 5,9% – a segunda maior alta desde 2009, quando o \u00cdndice de Confian\u00e7a dos Pequenos e M\u00e9dios Neg\u00f3cios (IC-PMN) foi criado.<\/p>\n
Para Gino Olivares, professor e pesquisador do Insper e respons\u00e1vel pelo IC-PMN, o resultado foi uma surpresa. \u201cEsper\u00e1vamos uma eleva\u00e7\u00e3o, mas n\u00e3o t\u00e3o expressiva\u201d, afirma. \u201cA leitura que a gente faz \u00e9 de que finalmente os entrevistados conseguiram perceber que a retomada da economia realmente est\u00e1 acontecendo, ap\u00f3s tanta incerteza nos per\u00edodos anteriores\u201d.<\/p>\n
Se o mercado financeiro est\u00e1 acompanhando de perto o “vai e vem” da disputa pol\u00edtica, fazendo a bolsa e o d\u00f3lar dispararem ou ca\u00edrem, parece que na economia real isso ainda n\u00e3o est\u00e1 pesando, diz o professor. \u201cTudo indica que a incerteza do processo n\u00e3o est\u00e1 afetando, ou se est\u00e1, \u00e9 como um efeito de segunda ordem comparado \u00e0 economia efetivamente se recuperando\u201d.<\/p>\n
A expectativa positiva dos pequenos e m\u00e9dios empres\u00e1rios para o terceiro trimestre foi acompanhada em todos os indicadores avaliados pelo IC-PMN. O setor da ind\u00fastria (71,31 pontos) atingiu a maior alta, com uma varia\u00e7\u00e3o positiva de 10,34%, quando comparado com os tr\u00eas primeiros meses do ano. Foi seguido pelo de servi\u00e7os, com crescimento de 5,96% (71,30 pontos) e pelo com\u00e9rciom que teve alta de 4,42% (70,05 pontos), em rela\u00e7\u00e3o ao primeiro trimestre.<\/p>\n
Com a maior confian\u00e7a, os empres\u00e1rios tamb\u00e9m se mostraram mais dispostos a investir. Esse quesito teve uma alta de 6,3%, alcan\u00e7ando 67,15 pontos. Para que isso se concretize, contudo, ainda h\u00e1 desafios. O primeiro deles, segundo Olivares, \u00e9 o acesso ao cr\u00e9dito. A queda da Selic ainda n\u00e3o refletiu em linhas de empr\u00e9stimo mais baratas \u00e0s empresas.<\/p>\n
Os empreendedores tamb\u00e9m se mostraram mais dispostos a buscar forma\u00e7\u00e3o na \u00e1rea de neg\u00f3cios. Um ter\u00e7o dos empres\u00e1rios entrevistados disseram acreditar que a melhor forma de buscar essa forma\u00e7\u00e3o \u00e9 em cursos online. 24% afirmam buscar outros empreendedores para compartilhar experi\u00eancias, e 23% preferem cursos presenciais.<\/p>\n
Alexandre Teixeira, superintendente executivo do segmento neg\u00f3cios e empresas do Santander, que participou da pesquisa ao lado do Insper, afirma que esse \u00e9 um movimento positivo. \u201cO empreendedor percebeu que pode ter uma ideia boa, mas que para fazer essa ideia boa sobreviver, precisa de um entendimento sobre o ambiente de neg\u00f3cios, sobre como n\u00e3o confundir as contas da pessoa jur\u00eddica com a da pessoa f\u00edsica, como se preparar para uma venda\u201d, afirma.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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