Analisado o consumo global de caf\u00e9 nos \u00faltimos cinquenta anos, observou-se que a taxa de crescimento saltou de 1,3% ao ano, na d\u00e9cada 1970, para 2,5% a.a., na primeira d\u00e9cada do s\u00e9culo XXI. Entre 2010 e 2017, foi registrada ligeira oscila\u00e7\u00e3o (+2,3% a.a.), contudo, o ritmo de crescimento manteve-se mais intenso que nas tr\u00eas d\u00e9cadas iniciais da s\u00e9rie. Esse movimento pode ser explicado, em parte, pela crescente aceita\u00e7\u00e3o do produto pelos consumidores dos pa\u00edses asi\u00e1ticos, explica o Instituto de Economia Agr\u00edcola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.<\/p>\n
Considerando o atual dinamismo para o consumo global de caf\u00e9, torna-se poss\u00edvel estabelecer cen\u00e1rios para o desempenho da demanda para a pr\u00f3xima d\u00e9cada. No cen\u00e1rio mais prov\u00e1vel, com taxa de crescimento anual de 2% a.a., a quantidade de caf\u00e9 necess\u00e1ria para manter o suprimento mundial, em 2030, seria da ordem de mais de 205 milh\u00f5es de sacas, podendo atingir 219 milh\u00f5es de sacas se o cen\u00e1rio considerado for o otimista, afirmam Celso Lu\u00eds Rodrigues Vegro, pesquisador do IEA e Eduardo Heron dos Santos, diretor de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (TI) do Conselho dos Exportadores de Caf\u00e9 do Brasil (Cecaf\u00e9).<\/p>\n
Com proje\u00e7\u00f5es t\u00e3o promissoras seria l\u00edcito esperar que todos os agentes envolvidos no processo se empenhassem para ampliar suas iniciativas, com produtores centrando-se mais no aumento da produ\u00e7\u00e3o e da produtividade do que na expans\u00e3o da \u00e1rea cultivada; a ind\u00fastria inovando na tecnologia de processamento, de apresenta\u00e7\u00e3o do produto e com\u00e9rcio atendendo a demanda global por mais e melhores caf\u00e9s; ao setor p\u00fablico cabe estabelecer, a\u00e7\u00f5es para garantir a renda do cafeicultor, difundir novas tecnologias e normatizar quesitos de sustentabilidade, sanidade, saudabilidade e padroniza\u00e7\u00e3o dos tipos, entre outros temas necess\u00e1rios para a boa governan\u00e7a entre os agentes de mercado, ressaltam os autores, destacando que, como o Brasil \u00e9 principal produtor, exportador e segundo maior consumidor, deveria, assumir protagonismo nesse mercado.<\/p>\n
De acordo com Vegro e Santos, \u201ca tecnologia agron\u00f4mica aplicada \u00e0 lavoura, a excel\u00eancia comercial dos exportadores e o empenho da ind\u00fastria em oferecer uma linha de produtos diferenciada \u00e0 uma popula\u00e7\u00e3o majoritariamente apreciadora da bebida configuram poderoso arranjo mercadol\u00f3gico, capaz de colocar o Brasil em posi\u00e7\u00e3o de maior \u00eaxito no contexto din\u00e2mico desse neg\u00f3cio\u201d. No entanto, alertam os autores, nos \u00faltimos dez anos, os resultados obtidos pelo Brasil foram inferiores aos demonstrados pelo total global, dados que se intensificam quando comparados aos percentuais obtidos pelos principais pa\u00edses exportadores.<\/p>\n
Entre 2012 e 2017, segundo dados da Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Caf\u00e9 (OIC), a taxa de crescimento do consumo de caf\u00e9 entre os pa\u00edses exportadores alcan\u00e7ou 2% a.a. Vietn\u00e3 e Honduras, terceiro e quarto maiores exportadores do produto para os Estados Unidos, se prepararam para atender ao aumento da demanda. Em 2017, estes pa\u00edses aumentaram as vendas em 12,9% e 43,4%, respectivamente, enquanto o Brasil amargou queda de 10,9% para o mesmo destino.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Concorrentes crescem a taxas mais elevadas no mercado de caf\u00e9<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":62045,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":""},"categories":[96],"tags":[219,1064,27626],"yoast_head":"\n