Depois de apresentar um comportamento dentro do esperado em janeiro, o \u00cdndice de Pre\u00e7os dos Supermercados (IPS), calculado pela Associa\u00e7\u00e3o Paulista de Supermercados (APAS) e FIPE, surpreendeu em fevereiro e caiu 1,07%, o que representa a quarta maior queda de m\u00eas na compara\u00e7\u00e3o com janeiro, desde que o IPS passou a ser calculado, em 1994.<\/p>\n
\u201cPara se ter ideia de como o pre\u00e7o dos alimentos est\u00e1 resistindo \u00e0 infla\u00e7\u00e3o de forma t\u00e3o prolongada, no acumulado de 12 meses terminados em fevereiro, a defla\u00e7\u00e3o permanece em 1,37%, a maior desde quando o \u00cdndice come\u00e7ou a ser calculado, em 1994. Apenas quatro vezes se observou tal fen\u00f4meno\u201d, analisou Thiago Berka, economista da APAS.<\/p>\n
Das 27 subcategorias que comp\u00f5em o IPS, apenas quatro apresentaram aumento, o que fortalece ainda mais o efeito de queda generalizado entre os alimentos e bebidas. \u201cIsso refor\u00e7a as proje\u00e7\u00f5es de menor infla\u00e7\u00e3o em 2018 e, at\u00e9 mesmo, nova queda de juros por parte do Banco Central\u201d, comentou Berka.<\/p>\n
Na an\u00e1lise individualizada, o destaque do m\u00eas na defla\u00e7\u00e3o ficou com as prote\u00ednas: carne su\u00edna (-3,99%), carne bovinas (-3,02%), aves, (-2,94%) e pescados (-1,13%) tiveram grande peso no resultado do final do IPS. O feij\u00e3o foi outro item que ajudou a puxar o \u00cdndice para baixo, ao acumular a 14\u00ba queda consecutiva, com redu\u00e7\u00e3o de 9,28%, em 2018.<\/p>\n
Nas tr\u00eas principais prote\u00ednas (bovina, su\u00edna e aves), o movimento de baixa \u00e9 liderado, principalmente, pelo lado do consumo, uma vez que, no in\u00edcio do ano, as contas a pagar das fam\u00edlias s\u00e3o maiores e a concentra\u00e7\u00e3o do gasto \u00e9 direcionada para mais produtos t\u00edpicos de fevereiro e do ver\u00e3o. Aliado a isso, o recesso escolar que pressiona a demanda para baixo, devido as menores encomendas das merendas escolares.<\/p>\n
\u201cNa carne su\u00edna, as exporta\u00e7\u00f5es ca\u00edram 17% em janeiro na compara\u00e7\u00e3o ao mesmo m\u00eas de 2017, o que aumentou a oferta em fevereiro e encontrou um consumidor ainda sem poder de compra para absorver a maior abund\u00e2ncia do produto. No caso da carne de boi, no lado da oferta, n\u00e3o h\u00e1 aumento significativo da produ\u00e7\u00e3o e, sim, uma demanda ainda enfraquecida que n\u00e3o sustenta os pre\u00e7os no atacado. A explica\u00e7\u00e3o para as aves \u00e9 semelhante e est\u00e1 na demanda enfraquecida para o m\u00eas de fevereiro\u201d, explicou o economista da APAS, que ainda projeta estabilidade no pre\u00e7o das carnes.<\/p>\n
\u201cAs not\u00edcias do campo demonstram que as cota\u00e7\u00f5es do boi gordo continuam paradas, pois a ind\u00fastria ainda n\u00e3o impulsionou as encomendas de forma significativa, o que for\u00e7a os produtores a escoar a produ\u00e7\u00e3o a pre\u00e7os menores\u201d, finalizou Berka.<\/p>\n
Apesar do pre\u00e7o do diesel ter chego a um dos maiores valores dos \u00faltimos tempos em fevereiro, esse impacto ainda n\u00e3o foi sentido no setor supermercadista, tanto que o IPS de fevereiro fechou em queda de 1,07%.
\nO repasse de pre\u00e7os de combust\u00edveis para os alimentos e bebidas vem, majoritariamente, da ind\u00fastria que possui contratos com transportadoras e distribuidoras para a entrega nos centros de distribui\u00e7\u00e3o ou galp\u00f5es do varejo alimentar.\u00a0 \u201cNotamos que n\u00e3o houve repasse da ind\u00fastria nos pre\u00e7os, devido \u00e0 alta expressiva no pre\u00e7o do diesel. Caso isso tivesse ocorrido, n\u00e3o ter\u00edamos esse resultado surpreendente de defla\u00e7\u00e3o no IPS de fevereiro\u201d, declarou Thiago Berka.<\/p>\n
Outro ponto para observar, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 influ\u00eancia do petr\u00f3leo e derivados nos pre\u00e7os dos supermercados, \u00e9 olhar para os produtos que o usam predominantemente como mat\u00e9ria-prima, caso dos produtos de limpeza, higiene e beleza. Por\u00e9m, o pre\u00e7o desses se mostra comportados quando o assunto \u00e9 \u201cpre\u00e7o\u201d, com defla\u00e7\u00e3o de 1,60% e 0,05%, respectivamente, em 2017, e em fevereiro de 2018, apresentaram nova queda de pre\u00e7os.<\/p>\n
Produtos In Natura (Hortifruti)<\/strong><\/p>\n Em janeiro, os hortifrutigranjeiros foram os que apresentaram forte aumento, principalmente em legumes (tomate e cenoura), com cerca de 25%. Em fevereiro, os legumes ca\u00edram 2,39%, ainda n\u00e3o recuperando o grande aumento ocorrido. J\u00e1 as frutas observaram novo decr\u00e9scimo, de 4,38%. Dentre as tr\u00eas preferidas do brasileiro, a banana apresenta defla\u00e7\u00e3o em 2018, de 6,54%, enquanto ma\u00e7\u00e3 e laranja, conforme esperado pela APAS, aumentaram 8,24% e 6,8%, respectivamente, motivado, principalmente, por fen\u00f4menos clim\u00e1ticos que afetaram as principais regi\u00f5es produtoras.<\/p>\n Os ovos de galinha, que t\u00eam aumento de consumo nesta \u00e9poca do ano, devido ao per\u00edodo de P\u00e1scoa, subiram 4,13%, justamente pelo crescimento da demanda. Neste per\u00edodo de P\u00e1scoa, os pre\u00e7os dos ovos no atacado sempre atingem o pico anual.<\/p>\n Industrializados<\/strong><\/p>\n No grupo de industrializados, houve apenas um aumento, em enlatados e conservas. Em todos os outros subgrupos, a defla\u00e7\u00e3o chegou a 0,76%. Dentre as maiores baixas, est\u00e3o os ado\u00e7antes, com 4,92%, e os \u00f3leos, com 1,57%. Este grupo fechou janeiro com leve alta de 0,44%, devido \u00e0 alta nos pre\u00e7os do refrigerante (1,07%) e da \u00e1gua mineral (2,16%). Em ambos os casos, a demanda mais forte referente \u00e0 esta\u00e7\u00e3o do ano, o ver\u00e3o, for\u00e7a os pre\u00e7os para cima.<\/p>\n Bebidas N\u00e3o Alco\u00f3licas<\/strong><\/p>\n Os pre\u00e7os das bebidas n\u00e3o alco\u00f3licas ca\u00edram 0,58% em fevereiro, devido, principalmente, ao refrigerante (-0,57%) e suco de frutas (-1,34%). Em ambos os casos, a demanda mais forte de ver\u00e3o for\u00e7a os pre\u00e7os para cima, o que n\u00e3o aconteceu neste m\u00eas.<\/p>\n Bebidas Alco\u00f3licas: cerveja em queda em pleno Carnaval<\/strong><\/p>\n As bebidas alco\u00f3licas tamb\u00e9m tiveram redu\u00e7\u00e3o na infla\u00e7\u00e3o e ca\u00edram 0,77% no segundo m\u00eas de 2018, gra\u00e7as \u00e0 cerveja (-0,92%). Este valor para o produto foi relevante, uma vez que foi o sexto maior na compara\u00e7\u00e3o m\u00eas a m\u00eas de um produto com alto peso no \u00cdndice. Um dos fatores que levaram a este resultado foi a grande quantidade de promo\u00e7\u00f5es aos consumidores por parte do varejo alimentar, de forma que formassem a cesta de ver\u00e3o\/carnaval dentro da loja, j\u00e1 que o churrasco, t\u00edpico na \u00e9poca, tem a cerveja como produto l\u00edder.<\/p>\n Produtos de Limpeza<\/strong><\/p>\n O grupo apresentou queda de 0,23%.<\/p>\n Artigos de Higiene e Beleza<\/strong><\/p>\n Demostraram redu\u00e7\u00e3o de 0,89%.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Redu\u00e7\u00e3o de 1,07% na compara\u00e7\u00e3o com janeiro \u00e9 a quarta maior da hist\u00f3ria. Acumulado de 2018 apresenta defla\u00e7\u00e3o de 0,10%.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":58677,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":""},"categories":[96],"tags":[599,596,2086],"yoast_head":"\n