A imprensa especializada mundo afora -inclusive no Brasil -previu que 2017 seria o ano dos chatbots. O termo, para quem ainda n\u00e3o est\u00e1 familiarizado, mistura a palavra chat (conversa) e robots (rob\u00f4s) para designar os rob\u00f4s virtuais que utilizam intelig\u00eancia artificial para interagir com os consumidores.<\/p>\n
Apesar da grande expectativa, a verdade \u00e9 que a ado\u00e7\u00e3o dessa tecnologia no \u00faltimo ano n\u00e3o foi t\u00e3o massiva quanto se esperava. No Brasil, a baixa ades\u00e3o esteve atrelada \u00e0 crise econ\u00f4mica , que reduziu os investimentos. L\u00e1 fora, ainda persiste uma suspeita em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 ado\u00e7\u00e3o desses rob\u00f4s.<\/p>\n
Ser\u00e1 que valem o custo? Eles conseguem realizar o atendimento com qualidade? As pessoas j\u00e1 est\u00e3o acostumadas a interagir com m\u00e1quinas? Todas essas perguntas aos poucos est\u00e3o sendo respondidas. Os melhores exemplos ainda s\u00e3o de empresas pioneiras, como a Magazine Luiza, com sua personagem Lu, e Vivo, que criou a Vivi.<\/p>\n
Essa \u00faltima trabalhou bastante: mais de 10 milh\u00f5es de intera\u00e7\u00f5es foram registradas entre outubro de 2016 e o mesmo m\u00eas do ano passado. O n\u00famero representa cerca de 10% de todos os atendimentos feitos pela empresa. Fora das personagens, algumas empresas adotam os rob\u00f4s mais simples para responderem a perguntas b\u00e1sicas sobre produtos, tirarem d\u00favidas pontuais ou realizarem o primeiro atendimento.<\/p>\n
De acordo com a Grand View Research, o mercado de chatbots deve alcan\u00e7ar US$ 1.25 bilh\u00f5es em 2025, o que representa uma taxa de crescimento anual de 24,3%. Esse n\u00famero abrange n\u00e3o apenas o varejo, mas os diversos setores que podem se beneficiar com essa tecnologia, como sa\u00fade e educa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Mas nem mesmo quando uma tecnologia n\u00e3o se alastrou, outra mais completa aparece. \u00c9 caso dos shopbots, uma evolu\u00e7\u00e3o dos chatbots direcionada para o varejo.<\/p>\n
Os modelos atuais s\u00e3o usados geralmente para responder d\u00favidas, apontar solu\u00e7\u00f5es para problemas e para encaminhar o consumidor para uma central de atendimento. J\u00e1 os shopbots s\u00e3o mais completos e atuam tamb\u00e9m nas vendas e nas transa\u00e7\u00f5es. Ou seja, os rob\u00f4s atuar\u00e3o n\u00e3o s\u00f3 como atendentes, mas tamb\u00e9m como vendedores.<\/p>\n
Assim como os chatbots, o atendimento \u00e9 feito 24 horas sete dias por semana e pretende, dessa forma, reduzir os custos operacionais.<\/p>\n
\u201cOs shopbots s\u00e3o formados por tr\u00eas pilares: conte\u00fado, conversa\u00e7\u00e3o e transacional\u201d, afirma Fabiola Paes, cofundadora da Neomode, empresa especilizada em cria\u00e7\u00e3o de plataformas de venda online.<\/p>\n
\u201cEles tamb\u00e9m funcionam como personal shoppers, para indicar os produtos mais adequados para cada cliente.\u201d Por exemplo, se um consumidor pergunta sobre fones de ouvido, automaticamente o rob\u00f4 busca op\u00e7\u00f5es e indica quais s\u00e3o os modelos que atendem sua necessidade. Caso seja necess\u00e1rio, \u00e9 poss\u00edvel efetuar a compra dentro da caixa de di\u00e1logo com o rob\u00f4.<\/p>\n
Muito mais do que uma nova tecnologia, tanto chatbots quanto shopbots fazem parte da grande tend\u00eancia que tem revolucionado o varejo nos \u00faltimos anos: o omnichannel.<\/p>\n
Trata-se, como se sabe, da uni\u00e3o de diferentes canais de compra e atendimento para que o cliente possa comprar e ter os produtos em m\u00e3os. Conveni\u00eancia \u00e9 a palavra-chave, seja no espa\u00e7o f\u00edsico, seja no mundo online.<\/p>\n
\u00c9 o que est\u00e1 acontecendo com a Lojas MM, rede que vende m\u00f3veis, eletrodom\u00e9sticos, eletr\u00f4nicos. A empresa, cliente da Neomode, investiu em uma plataforma para integrar os diversos canais. Nos pr\u00f3ximos anos, uma parte dos atendimentos e das compras dever\u00e1 ser feita pelos shopbots. Com faturamento anual de R$ 560 milh\u00f5es, a MM ambiciona se tornar a primeira varejista totalmente omnichannel.<\/p>\n
Apesar de todas as fun\u00e7\u00f5es dos shopbots, Fabiola n\u00e3o acredita que eles ir\u00e3o se tornar o principal canal de venda dos lojistas. \u201cEles s\u00e3o bons apoios, principalmente para as datas mais movimentadas do varejo\u201d, afirma. \u201c\u00c9 tamb\u00e9m uma importante ferramenta para reter e fidelizar clientes.\u201d O futuro n\u00e3o \u00e9 dos chatbots ou dos shopbots, mas da integra\u00e7\u00e3o desses com os demais canais de venda.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Al\u00e9m de conversar com os consumidores, os rob\u00f4s sugerem produtos e finalizam as compras<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":62253,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":""},"categories":[102],"tags":[18838,792,26988],"yoast_head":"\n