Diego Barreto, CFO do iFood<\/figcaption><\/figure>\nBarreto trouxe um panorama do setor e destacou o aumento da relev\u00e2ncia do e-commerce brasileiro, que, segundo ele, ganhou for\u00e7a depois que os brasileiros descobriram a facilidade e comodidade das compras online. \u201cAs pessoas deixaram de usar a cozinha para pedir algo pronto e viram que o delivery respeita o gosto de todos na casa, cada um pode pedir uma coisa. Foi uma mudan\u00e7a de h\u00e1bito\u201d, diz.<\/p>\n
H\u00e1bitos na pandemia<\/h5>\n Barreto explica que os pedidos feitos pelo iFood cresceram principalmente entre os clientes que j\u00e1 estavam na plataforma e intensificaram o uso do aplicativo. \u201cOs novos clientes apresentaram uma frequ\u00eancia de consumo menor na pandemia, mas a curva de consumo tem aumentando ao longo do tempo\u201d, diz.<\/p>\n
Uma mudan\u00e7a verificada na pandemia foi a diminui\u00e7\u00e3o na variedade dos pedidos. \u201cO receio pela limpeza e seguran\u00e7a no meio de uma pandemia se mostraram presentes. Itens como pizzas e hamb\u00fargueres foram destaques\u201d, diz.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, houve aumento de entregas nos per\u00edodos do caf\u00e9 da manh\u00e3 e no caf\u00e9 da tarde. \u201cGeralmente, as pessoas faziam essas refei\u00e7\u00f5es no caminho do trabalho ou no escrit\u00f3rio, mas passaram a pedir tamb\u00e9m essas refei\u00e7\u00f5es via delivery\u201d, explica.<\/p>\n
Uma \u00faltima tend\u00eancia destacada por ele foi o aumento de pedidos vegetarianos e veganos. \u201cN\u00e3o havia muita oferta desse tipo de prato no mundo online, mas com a pandemia mais restaurantes vegetarianos entraram na plataforma e o engajamento de clientes cresceu\u201d, diz.<\/p>\n
Restaurantes<\/h5>\n De maneira geral, os restaurantes foram severamente afetados pela crise e muitos viram no delivery a sa\u00edda para sobreviver. \u201cVia de regra, os restaurantes n\u00e3o tinham necessidade de ser digitais. Uma boa localiza\u00e7\u00e3o e um produto de qualidade eram suficientes para girar o neg\u00f3cio. Uma vez acertada a gest\u00e3o e o card\u00e1pio, o restaurante operava\u201d, diz o CFO.<\/p>\n
Inova\u00e7\u00e3o<\/h5>\n Segundo ele, os restaurantes que estavam na plataforma pr\u00e9-pandemia j\u00e1 estavam acostumados com as entregas, mas tiveram o desafio de adaptar as opera\u00e7\u00f5es ao mundo digital. \u201cMas os novos restaurantes, cerca de 40 mil, al\u00e9m de se digitalizar, ainda tiveram o desafio extra de mudar a log\u00edstica\u201d, diz.<\/p>\n
Para Barreto, os restaurantes v\u00e3o voltar a operar presencialmente, j\u00e1 que o ser humano tem como atributo intr\u00ednseco a socializa\u00e7\u00e3o, ent\u00e3o vai querer sair e ter a experi\u00eancia de conhecer um local novo. Mas ele diz que o consumidor descobriu que n\u00e3o necessariamente precisa ir a um restaurante para experimentar algo diferente e socializar e, ficando em casa, ele ainda evita filas e gastos com estacionamento.<\/p>\n
\u201cA no\u00e7\u00e3o de comodidade mudou. Hoje fazemos entregas grandes e voc\u00ea pode esperar com os seus amigos no conforto da sua casa. Temos gastronomias diversas na plataforma e se antes o problema era a qualidade da comida que era entregue, com o avan\u00e7o das embalagens, isso tamb\u00e9m ficou para tr\u00e1s\u201d, diz.<\/p>\n
Ele disse que os restaurantes t\u00eam investindo mais em embalagens que mant\u00eam o calor, aroma e sabor para oferecer uma experi\u00eancia pr\u00f3xima \u00e0 que o cliente teria no restaurante.<\/p>\n
Supermercados<\/h5>\n Barreto destacou que as compras online de supermercado tamb\u00e9m avan\u00e7aram fortemente. Ele pondera, no entanto, que, nessa modalidade, o consumidor pode preferir escolher presencialmente alguns produtos, como verduras e alimentos frescos. Por outro lado, itens como papel higi\u00eanico e produtos de limpeza s\u00e3o facilmente escolhidos pelo site.<\/p>\n
\u201cA pergunta \u00e9 se existe um caminho diferente desse da digitaliza\u00e7\u00e3o e entrega. O consumidor est\u00e1 pedindo para consumir no offline? Se sim, mantenha a op\u00e7\u00e3o. \u00c9 poss\u00edvel trabalhar com ambas as op\u00e7\u00f5es e ter estrat\u00e9gias que modulem seu neg\u00f3cio nas duas vertentes, mas evitar a entrada do digital? A chance \u00e9 zero\u201d.\u201d, diz.<\/p>\n
Um diferencial das compras online para as f\u00edsicas \u00e9 a possibilidade de comparar pre\u00e7os. \u201d Voc\u00ea entra na plataforma e compara pre\u00e7os de diferentes lugares. No ambiente f\u00edsico fica mais dif\u00edcil mensurar isso. A pessoa vai ficar mudando de supermercado para olhar a diferen\u00e7a de valor?\u201d, questiona.<\/p>\n
O iFood lan\u00e7ou a op\u00e7\u00e3o de compra em supermercados no segundo semestre de 2019 e em janeiro come\u00e7ou uma expans\u00e3o do servi\u00e7o. Hoje essa modalidade est\u00e1 presente em 250 cidades do pa\u00eds, enquanto a de restaurantes est\u00e1 dispon\u00edvel em 1100 munic\u00edpios.<\/p>\n
Meios de pagamento<\/h5>\n Barreto explicou que os meios de pagamento tamb\u00e9m v\u00e3o revolucionar o setor de delivery e destacou tr\u00eas pontos: o QR Code, que dispensa o cart\u00e3o na hora da compra; o PIX, sitema de pagamento instant\u00e2neo do Banco Central, que ser\u00e1 lan\u00e7ado em novembro, e o Open Banking, que permite a portabilidade de dados dos consumidores entre as empresas.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o tem l\u00f3gica manter tudo como est\u00e1 com tanta inova\u00e7\u00e3o, o consumidor vai migrar pra outros modelos de pagamento. Vamos utilizar esse novo ecossistema para elevar o patamar de experi\u00eancia do cliente, entregador e restaurante com a colabora\u00e7\u00e3o de fintechs e bancos\u201d, diz.<\/p>\n
Mesmo que as inova\u00e7\u00f5es do setor financeiro estejam no radar, Barreto deixou claro que os recursos do iFood seguem 100% focados em alimenta\u00e7\u00e3o e disse que o grande desafio da empresa hoje \u00e9 expandir o servi\u00e7o para as fam\u00edlias das classes C. Mas o plano esbarra no pre\u00e7o, que, por vezes, inviabiliza o acesso de consumidores de baixa renda.<\/p>\n
\u201cIsso realmente \u00e9 um problema e tamb\u00e9m trabalhamos para tentar diminuir o pre\u00e7o da comida\u201d, diz. Segundo ele, o iFood tenta solucionar a quest\u00e3o de tr\u00eas formas: usando intelig\u00eancia artificial para reduzir custo operacionais e o pre\u00e7o final ao consumidor; atraindo restaurantes que ofere\u00e7am t\u00edquetes m\u00e9dios mais baixos; e investindo em log\u00edstica para chegar em mais lugares.<\/p>\n
Greve dos entregadores<\/h5>\n Outro t\u00f3pico relevante relacionado ao setor de delivery s\u00e3o as recentes manifesta\u00e7\u00f5es de entregadores em busca de melhores condi\u00e7\u00f5es e mudan\u00e7a na forma de pagamento.<\/p>\n
Barreto disse que o iFood j\u00e1 atendeu as reivindica\u00e7\u00f5es dos trabalhadores, mesmo que a empresa n\u00e3o tenha sido obrigada judicialmente. \u201cCriamos seguro de vida e acidente; distribu\u00edmos \u00e1lcool em gel e m\u00e1scaras; n\u00e3o trabalhamos com o sistema de pontua\u00e7\u00e3o e temos piso m\u00ednimo; engajamos os consumidores a dar gorjetas e quando eles d\u00e3o dobramos o valor que cai na conta do parceiro\u201d, diz.<\/p>\n
Mas ele admitiu que os modelos de neg\u00f3cios sob demanda, como o iFood, ainda t\u00eam muito a evoluir. \u201cEsse modelo existe h\u00e1 menos de dez anos no Brasil. Naturalmente, temos que avan\u00e7ar em v\u00e1rios pontos\u201d, afirma.<\/p>\n
Restaurantes tamb\u00e9m reclamam das taxas, que chegam a at\u00e9 27% do valor do pedido, mas Barreto discorda que o servi\u00e7o seja caro. \u201cO restaurante pode usar a plataforam s\u00f3 como vitrine ou fazer entregas com o iFood e pode tamb\u00e9m cobrar de forma online. N\u00e3o concordo que seja caro, mas quanto mais servi\u00e7os voc\u00ea usa, mais vai pagar. \u00c9 a mesma l\u00f3gica da classe econ\u00f4mica e premium. Eu posso fazer todo o processo de entrega, mas h\u00e1 um custo. O restaurante pode escolher como prefere fazer\u201d, diz.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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O que mudou no mercado de delivery e as tend\u00eancias que vieram para ficar, segundo o CFO do iFood - Newtrade<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n