{"id":1022470,"date":"2020-01-06T09:34:51","date_gmt":"2020-01-06T12:34:51","guid":{"rendered":"https:\/\/newtrade.com.br\/?p=1022470"},"modified":"2020-01-06T11:59:35","modified_gmt":"2020-01-06T14:59:35","slug":"como-o-pequeno-varejo-pode-sobreviver-aos-impactos-da-tecnologia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/newtrade.com.br\/varejo\/como-o-pequeno-varejo-pode-sobreviver-aos-impactos-da-tecnologia\/","title":{"rendered":"Como o pequeno varejo pode sobreviver aos impactos da tecnologia"},"content":{"rendered":"
O consumidor chega na loja de Uber. Pede comida pelo iFood. Faz posts dos produtos mais interessantes no Instagram ou outras redes sociais. E, no m\u00ednimo, n\u00e3o vive sem Whatsapp.<\/p>\n
A coloca\u00e7\u00e3o, do especialista Caio Camargo, s\u00f3cio-diretor da GS&UP, define o novo momento do consumidor, ultraconectado e cada vez mais em busca de experi\u00eancias e conveni\u00eancia. Mas e a sua loja, est\u00e1 preparada para realidade virtual, superapps ou a integra\u00e7\u00e3o entre on e offline – ou seja, os impactos da tecnologia?<\/p>\n
Se alinhar-se \u00e0s mudan\u00e7as j\u00e1 \u00e9 uma tarefa complexa para os grandes players, afirma Camargo, especialista em startups voltadas ao varejo e consumo, imagine o pequeno varejista que, mesmo consciente da necessidade de se atualizar, muitas vezes tem energia e capital de investimento restritos para fazer grandes avan\u00e7os nesse sentido.<\/p>\n
“\u00c9 l\u00f3gico que existem varejistas e varejistas. Haver\u00e1 sempre os que j\u00e1 nascem antenados com o que est\u00e1 acontecendo, desafiando o mercado com novas propostas ou novos modelos de neg\u00f3cios”, destaca. “Mas o que vai acontecer com a imensa maioria que vem fazendo tudo do mesmo jeito h\u00e1 anos, at\u00e9 mesmo d\u00e9cadas? Por onde come\u00e7ar?”<\/p>\n
Segundo o especialista da GS&UP, a maior mudan\u00e7a est\u00e1 nas quest\u00f5es sobre como o cliente deseja pagar e receber por produtos e servi\u00e7os: o tempo \u00e9 o agora, e a forma \u00e9 cada vez mais digital, atrav\u00e9s de aplicativos e celulares.<\/p>\n
Muitos varejistas est\u00e3o se transformando pela ades\u00e3o a servi\u00e7os de entregas, como Rappi, iFood, James Delivery, entre outros, afirma. Mas, em sua avalia\u00e7\u00e3o, esse n\u00e3o \u00e9 um movimento que parte do que o varejista entende sobre o que \u00e9 bom para o neg\u00f3cio, e sim do desejo dos clientes de que as marcas com quem se relacionam estejam dispon\u00edveis nesses apps. Se o varejista n\u00e3o est\u00e1 l\u00e1, h\u00e1 sempre o risco da concorr\u00eancia ganhar oportunidade com esse cliente.<\/p>\n
“Manter-se antenado e competitivo n\u00e3o \u00e9 uma das tarefas mais f\u00e1ceis”, diz. “Mas, se antes era algo que parecia opcional ou aspiracional, hoje se mostra cada vez mais necess\u00e1rio para a sobreviv\u00eancia dos neg\u00f3cios. A hora \u00e9 agora.”<\/p>\n
A seguir, confira os principais pontos de aten\u00e7\u00e3o para sobreviver a esse impacto e continuar na briga:<\/p>\n
Mesmo em com\u00e9rcios que s\u00e3o unanimidade e ainda trabalham de forma tradicional, como a 25 de Mar\u00e7o, os sites, o showrooming e os posts no Instagram ou em outras redes sociais j\u00e1 s\u00e3o parte integrante de cen\u00e1rio.<\/p>\n
Mas, se n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que o consumidor est\u00e1 mais preparado para novas tecnologias do que o lojista, tamb\u00e9m \u00e9 fato que h\u00e1 muita resist\u00eancia de boa parte do varejo em incorpor\u00e1-las ao dia a dia dos neg\u00f3cios, diz Camargo, da GS&UP.<\/p>\n
\u201cEles s\u00f3 optam em adotar algo quando fica praticamente imposs\u00edvel operar sem, como sistemas ou novos hardwares.\u201d<\/p>\n
Isso porque h\u00e1 muitos varejistas de pequeno e m\u00e9dio porte que se sentem distantes do mundo da tecnologia, temendo por altos custos ou complexidade na opera\u00e7\u00e3o. Com isso, o varejista fica cada vez mais distante do consumidor que, por sua vez, se torna cada vez mais digitalizado.<\/p>\n
\u201cO varejo tem que entender que o consumidor dele, n\u00e3o importa onde esteja, j\u00e1 chega na loja de Uber, pede comida pelo iFood ou, no m\u00ednimo, n\u00e3o vive sem o WhatsApp ou alguma rede social\u201d, destaca. \u201cMais de 74% dos brasileiros est\u00e3o conectados na Internet, um n\u00famero muito maior do que a m\u00e9dia global ou na China, que tem cerca de 56% de pessoas conectadas \u2013 o que d\u00e1 uma ideia da transforma\u00e7\u00e3o que um varejo que busca se digitalizar pode ganhar com isso.\u201d<\/p>\n
J\u00e1 ficaram para tr\u00e1s, e n\u00e3o faz muito tempo, frases fatalistas como \u201co varejo f\u00edsico vai morrer\u201d, \u201co apocalipse do varejo\u201d ou \u201co digital vai dominar o mercado\u201d. Passaram-se pouco mais de cinco anos, mas esse curto per\u00edodo j\u00e1 ajudou a provar que o que realmente aconteceria \u00e9 a sinergia entre o on e offline nos neg\u00f3cios, segundo Caio Camargo.<\/p>\n
\u201cA quest\u00e3o da experi\u00eancia se mostra ainda essencial. A loja n\u00e3o vai deixar de existir, mas cumpre um papel muito mais complexo do que apenas ser um ponto de venda. Talvez esse seja um dos maiores riscos\u201d, afirma.<\/p>\n
O maior erro, em sua opini\u00e3o, \u00e9 come\u00e7ar a apostar na tecnologia como fim, e n\u00e3o como meio. \u201cOs desejos b\u00e1sicos dos consumidores ainda s\u00e3o os mesmos: serem bem atendidos, comprarem de forma conveniente e pr\u00e1tica e receber da mesma forma, a tecnologia deve ser aliada para conquistar o consumidor\u201d, explica, citando como exemplo os terminais de autoatendimento, meios de pagamento mais simplificados e solu\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas para melhor atendimento e entrega.<\/p>\n
\u201cMas quem ainda opera a loja s\u00f3 como ponto de distribui\u00e7\u00e3o entre algu\u00e9m que produziu algo e algu\u00e9m que vai comprar – ou seja, um amontoado de produtos distribu\u00eddos entre g\u00f4ndolas e prateleiras – s\u00e3o os que mais correm riscos de sumirem do mercado\u201d, alerta.<\/p>\n
Oferecer um \u201calgo a mais\u201d, ou um verdadeiro motivo para algu\u00e9m sair de casa e ir at\u00e9 sua loja, ainda \u00e9 o grande segredo para se defender de alguma maneira do que vem acontecendo, diz o especialista. \u201cUm ambiente atrativo ou confort\u00e1vel, atendimento acolhedor e facilitador na hora de resolver problemas, entre outros aspectos, \u00e9 o que faz a diferen\u00e7a na hora de escolher comprar com voc\u00ea ou atrav\u00e9s de um aplicativo ou site, por exemplo.\u201d<\/p>\n
De um lado, a praticidade de pedir algo por aplicativo. Do outro, o aumento da expectativa pela entrega, que subiu: se ainda esperar uma hora por uma pizza parece normal para alguns neg\u00f3cios, qual \u00e9 o consumidor que ainda esperaria 20 minutos por um t\u00e1xi?<\/p>\n
A resist\u00eancia e a dificuldade de inovar, segundo Camargo, fez os pequenos lojistas hoje se tornarem ref\u00e9m das inova\u00e7\u00f5es e aplicativos de terceiras – muitas delas startups, e com muito menos tempo de mercado do que eles.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o \u00e0 toa, muitos desses varejistas veem servi\u00e7os que trazem vendas, mesmo que cobrando taxas absurdas e at\u00e9 mesmo abusivas, como um ‘mal necess\u00e1rio’\u201d, afirma. \u201cMas s\u00f3 \u00e9 necess\u00e1rio hoje porque n\u00e3o se fez nada antes.\u201d<\/p>\n
Mas d\u00e1 para o pequeno varejo tirar proveito disso. Com os marketplaces, por exemplo, que s\u00e3o mais um canal de vendas online para quem come\u00e7ou com uma loja f\u00edsica, segundo o especialista: afinal, \u00e9 um servi\u00e7o que pode trazer escala e fazer o lojista vender para consumidores ou locais que ele nunca imaginaria.<\/p>\n
\u201cPor\u00e9m, a loja f\u00edsica deve ser o foco onde concentrar esfor\u00e7os em atender bem e cada vez melhor, para ajud\u00e1-lo a se consolidar no mercado e se diferenciar de concorrentes puramente digitais.\u201d<\/p>\n
GEST\u00c3O \u00c9 TUDO<\/p>\n
Para continuar na briga pela competitividade, hoje, mais do que nunca, \u00e9 preciso excel\u00eancia na gest\u00e3o e opera\u00e7\u00e3o dos neg\u00f3cios, segundo Camargo. Sistemas que ajudam a provisionar o melhor estoque, ou calcular melhores pre\u00e7os, se tornam grandes aliados.<\/p>\n
\u201cE se contratar um sistema de uma grande empresa ainda \u00e9 visto como sin\u00f4nimo de alto custo, h\u00e1 a op\u00e7\u00e3o de contrata\u00e7\u00e3o de startups e pequenas empresas que oferecem servi\u00e7os mais baratos (e at\u00e9 gratuitos em alguns casos), focados no tipo de neg\u00f3cio do qual sua empresa faz parte.\u201d<\/p>\n
Mas o apoio das grandes tamb\u00e9m pode ser valioso para os pequenos nesse novo modelo de gest\u00e3o \u2013 a exemplo do chin\u00eas Alibaba e da Amazon que, segundo Camargo, prometem um choque no mercado quanto \u00e0s expectativas de comprar e receber em at\u00e9 30 minutos, criando ecossistemas de neg\u00f3cios ao inv\u00e9s de meras plataformas de venda.<\/p>\n
Ambos, inclusive, j\u00e1 anunciaram planos de criar centros de distribui\u00e7\u00e3o por aqui, e at\u00e9 mesmo a possibilidade de serem potenciais compradores dos Correios, caso ocorra a privatiza\u00e7\u00e3o, afirma.<\/p>\n
No Brasil h\u00e1 cases que j\u00e1 se aproximam desse modelo de ecossistema – como o Magazine Luiza, segundo o especialista,mais adiantado nessas quest\u00f5es e \u00e9 um modelo disso. Mas tamb\u00e9m h\u00e1 outros que passam a oferecer meios de pagamento, cr\u00e9dito e distribui\u00e7\u00e3o para conectar pequenos neg\u00f3cios, como o Mercado Livre e a B2W.<\/p>\n
\u201cH\u00e1 outros bons cases de varejistas se digitalizando de forma incr\u00edvel, como a Pernambucanas, ou at\u00e9 mesmo a Amaro, que j\u00e1 nasceu omnichannel, tal qual o termo hoje t\u00e3o utilizado\u201d, diz Camargo. \u201cN\u00e3o \u00e9 preciso dizer que tanto Alibaba quanto Amazon ainda operam de forma t\u00edmida por aqui, mas a qualquer momento podem se tornar players t\u00e3o fortes quanto em seus pa\u00edses de origem\u201d, sinaliza. Bom para todos – mas melhor ainda para o pequeno varejo.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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