{"id":1017308,"date":"2019-06-27T07:36:45","date_gmt":"2019-06-27T10:36:45","guid":{"rendered":"https:\/\/newtrade.com.br\/?p=1017308"},"modified":"2019-06-27T07:36:45","modified_gmt":"2019-06-27T10:36:45","slug":"perdas-do-comercio-voltam-a-crescer","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/newtrade.com.br\/varejo\/perdas-do-comercio-voltam-a-crescer\/","title":{"rendered":"Perdas do com\u00e9rcio voltam a crescer"},"content":{"rendered":"
O preju\u00edzo do varejo com o encalhe de mercadorias, especialmente de itens perec\u00edveis, e com o aumento de furtos internos e externos nas lojas f\u00edsicas \u2013 respons\u00e1veis pelas perdas que afetaram 1,38% das vendas \u2013 registrou crescimento de 7% em 2018, segundo a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Preven\u00e7\u00e3o de Perdas (Abrappe).<\/p>\n
As perdas corresponderam a R$ 21,5 bilh\u00f5es das vendas do com\u00e9rcio restrito, que n\u00e3o inclui ve\u00edculos e materiais de constru\u00e7\u00e3o. A entidade chegou a essa cifra ap\u00f3s consultar mais de cem grandes redes varejistas de 12 segmentos. \u201cNo fim de 2018, criou-se uma expectativa favor\u00e1vel para economia, muitas empresas investiram num volume maior de estoque, por\u00e9m a venda n\u00e3o aconteceu de acordo com o esperado\u201d, diz Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.<\/p>\n
A frustra\u00e7\u00e3o de vendas se traduziu em descarte de produtos fora do prazo de validade. No caso de bens n\u00e3o perec\u00edveis, os lojistas fizeram grandes liquida\u00e7\u00f5es para se livrar do encalhe.<\/p>\n
Santos explica que n\u00e3o \u00e9 comum o fabricante aceitar de volta produto encalhado e que a log\u00edstica reversa depende do tipo de negocia\u00e7\u00e3o fechada entre o varejo e a ind\u00fastria.<\/p>\n
Dos 12 segmentos pesquisados, quem liderou o ranking de perdas foi o supermercado, com o equivalente a 2,05% do faturamento. Lojas de perfumaria (1,92%) e de moda (1,80%) tamb\u00e9m registraram preju\u00edzos acima da m\u00e9dia do com\u00e9rcio varejista para o per\u00edodo.<\/p>\n
A perda de mercadorias \u00e9 crucial para o com\u00e9rcio a ponto de justificar a cria\u00e7\u00e3o de uma associa\u00e7\u00e3o que re\u00fane 500 empresas do varejo nacional para encontrar sa\u00eddas que evitem esse preju\u00edzo. O impacto das perdas de produtos para as empresas \u00e9 mais cr\u00edtico para o varejo alimentar, diz Santos, porque as margens desse setor s\u00e3o pequenas, variam entre 1,5% e 2%.<\/p>\n
Na rede de supermercados Condor, que tem 50 lojas espalhadas entre Paran\u00e1 e Santa Catarina, por exemplo, as perdas totais cresceram 13% no ano passado ante 2017, conta o controller da empresa, Eder Motim. O executivo diz que elas foram concentradas nos perec\u00edveis, especialmente nas carnes e nos hortifr\u00fatis. \u201c40% das perdas ocorreram porque apostamos num volume de vendas e ele n\u00e3o aconteceu da forma esperada. Os outros 60% foram por conta furtos na loja e no n\u00e3o recebimento de produtos, com destaque para celulares e TVs.\u201d<\/p>\n
Para Santos, da Abrappe, a perda provocada por furtos tamb\u00e9m tem rela\u00e7\u00e3o com o avan\u00e7o da economia informal, que, na sua opini\u00e3o, abre espa\u00e7o para a recepta\u00e7\u00e3o desses produtos.<\/p>\n
Escaldados pelo encalhe de mercadorias, outra pesquisa mostra que os supermercados est\u00e3o mais cautelosos nas compras. Eles passaram a ofertar uma variedade menor de itens. Com isso, o \u00edndice que mede a falta de produtos nas lojas tem crescido desde janeiro.<\/p>\n
Em maio, de cada cem itens, entre alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza, procurados pelo consumidor, 10,4 estavam em falta nas lojas. Em dezembro, esse n\u00famero era de 9%, aponta o \u00edndice de ruptura da Neogrid, empresa de tecnologia que monitora, em tempo real, 300 mil itens expostos em 40 mil supermercados.<\/p>\n
Robson Munhoz, vice-presidente da empresa, diz que quanto maior a ruptura, maior \u00e9 a perda de venda. \u201cSe o consumidor n\u00e3o encontra o produto que deseja, fica frustrado, a loja deixa de vender e perde o cliente.\u201d<\/p>\n
Munhoz diz que h\u00e1 um rela\u00e7\u00e3o direta entre a menor variedade de itens nas prateleiras e o desempenho da economia. Depois das elei\u00e7\u00f5es, os empres\u00e1rios acreditaram que a economia iria deslanchar e o consumidor voltaria \u00e0s compras. No entanto, diz ele, essa previs\u00e3o n\u00e3o se confirmou. \u201cAgora, os supermercadistas calibraram as compras e decidiram n\u00e3o empatar um grande volume de capital giro nos estoques, por isso o \u00edndice que mede a falta de produtos nas prateleiras aumentou.\u201d<\/p>\n
Apesar de as vendas dos supermercados paulistas terem ficado abaixo da expectativa dos empres\u00e1rios em 2018 e no primeiro quadrimestre, o presidente da Associa\u00e7\u00e3o Paulista de Supermercados, Ronaldo dos Santos, n\u00e3o acha que as perdas de mercadorias tenham crescido por causa dessa frustra\u00e7\u00e3o. \u201cO varejo se ajusta rapidamente\u201d, afirma. A Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Supermercados, que apura sistematicamente as perdas do setor, deve divulgar os preju\u00edzos de 2018 em agosto.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Ap\u00f3s dois anos de queda, preju\u00edzo do setor com encalhes e furtos aumentou 7% em 2018<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":33435,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":""},"categories":[104],"tags":[9959,2665,210],"yoast_head":"\n