Um dos maiores varejistas do Pa\u00eds, o Carrefour est\u00e1 disposto a mudar o modelo de crescimento no mercado brasileiro. De olho no bom desempenho das redes regionais, o grupo franc\u00eas quer n\u00e3o s\u00f3 adquirir essas empresas, o que fez ao longo do tempo no Brasil, mas tamb\u00e9m fechar parcerias. \u201cVamos estudar tudo. Qualquer forma de alian\u00e7a que possamos fazer com grupos regionais nos interessa\u201d, diz o presidente do Carrefour Brasil, No\u00ebl Prouix.<\/p>\n
O formato j\u00e1 \u00e9 comum para a varejista na Fran\u00e7a. De mil supermercados do grupo no pa\u00eds de origem, 50% s\u00e3o do pr\u00f3prio Carrefour, enquanto a outra metade s\u00e3o parcerias. O modelo se repete nas lojas de proximidade (unidades menores que atendem bairros, tamb\u00e9m foco de interesse da empresa): 95% s\u00e3o projetos com terceiros. \u201cN\u00e3o estou falando de franquias. Parceria \u00e9 um acordo que permite \u00e0 fam\u00edlia controladora manter-se dentro das empresas\u201d, explica o executivo. Boa parte das redes regionais, apesar de ter uma boa opera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o tem recursos suficientes para se expandir ou enfrenta problemas de sucess\u00e3o, diz Prouix. \u201cPodemos ajudar. E, ao contr\u00e1rio dos grandes fundos, o Carrefour n\u00e3o tem interesse em vender a participa\u00e7\u00e3o ap\u00f3s alguns anos.\u201d<\/p>\n
O apetite pelo fil\u00e3o tem v\u00e1rias motiva\u00e7\u00f5es. Primeiro, o ritmo de crescimento da receita das redes regionais, que chega a ser at\u00e9 quatro vezes superior ao da m\u00e9dia do setor. \u201cIsso se deve, em boa parte, ao fato de elas estarem mais pr\u00f3ximas do consumidor e serem mais sens\u00edveis \u00e0s suas necessidades. Assim, conseguem ajustar mais rapidamente o sortimento desejado\u201d, diz Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar).<\/p>\n
Para o consultor Marcos Gouv\u00eaa, diretor do Grupo GS& Gouv\u00eaa de Souza, tudo indica que o Pa\u00eds esteja entrando num ciclo de crescimento mais acelerado e as empresas j\u00e1 buscam alternativas para tirar proveito dessa expans\u00e3o. \u201cO movimento do Carrefour envolvendo alian\u00e7a com redes regionais pode acelerar, criativamente, a expans\u00e3o, e \u00e9 uma alternativa para criar uma rede de neg\u00f3cios.\u201d<\/p>\n
O grupo franc\u00eas tamb\u00e9m tem pouca exposi\u00e7\u00e3o ao formato supermercado (formado pelas bandeiras Carrefour Market e Carrefour Bairro), que responde por um ter\u00e7o do varejo alimentar brasileiro, mas apenas por 1% da receita da companhia. O forte do faturamento do grupo franc\u00eas, cerca de dois ter\u00e7os do total, vem das lojas de atacarejo, mistura de atacado com varejo. Sob a marca Atacad\u00e3o, o Carrefour tem hoje 160 lojas e planeja abrir mais 20 no ano que vem.<\/p>\n
Online. O grupo anunciou para 2019 um investimento de R$ 1,8 bilh\u00e3o, mas o aporte pode chegar a R$ 2 bilh\u00f5es. E, como prioridade, elegeu o com\u00e9rcio eletr\u00f4nico. \u201cH\u00e1 poucas plataformas de alimentos. Queremos ser o l\u00edder no mundo em quatro anos.\u201d Globalmente, a meta \u00e9 atingir \u00a4 5 bilh\u00f5es em volume de neg\u00f3cios no e-commerce alimentar at\u00e9 2022.<\/p>\n
Segundo Prouix, 2019 ser\u00e1 um ano de ajuste do modelo no Brasil, e tamb\u00e9m de acelera\u00e7\u00e3o. Para ele, o Pa\u00eds, a exemplo da China, em fun\u00e7\u00e3o de uma popula\u00e7\u00e3o jovem, pode pular uma gera\u00e7\u00e3o em termos de transforma\u00e7\u00e3o digital. \u201cTemos de aprender. O objetivo \u00e9 ver que modelo se encaixa melhor aqui. Acho que \u00e9 forte a entrega a domic\u00edlio e o drive-thru (retirar produtos na loja usando carro). Da\u00ed, a expans\u00e3o tem de ser r\u00e1pida.\u201d<\/p>\n
Outro pilar de transforma\u00e7\u00e3o da companhia \u00e9 a venda de produtos saud\u00e1veis. No mundo, o Carrefour estabeleceu a meta de duplicar a participa\u00e7\u00e3o de produtos org\u00e2nicos nas vendas de itens frescos at\u00e9 2020.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Habituado a comprar ativos no Brasil, grupo franc\u00eas prospecta supermercados regionais para ter sociedade, formato j\u00e1 usual no pa\u00eds de origem da rede; empresa quer se tornar l\u00edder mundial de e-commerce de alimentos e aumenta aposta em org\u00e2nicos<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":68916,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":""},"categories":[104],"tags":[9961,1215,30580,210],"yoast_head":"\n