Novo varejo: a transformação que vem do outro lado do mundo

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É impossível falar em inovação no varejo mundial sem falar na China. É de lá que, há cinco anos, veio uma provocação que tem transformado todo o mercado: o New Retail (Novo Varejo). Quando Jack Ma, o fundador do Alibaba, propôs um novo modelo de varejo, trouxe uma nova perspectiva sobre o mercado: em vez de vender produtos, as empresas passam a analisar dados para entregar soluções digitais que transformam o relacionamento com os consumidores.

“Essa é a arquitetura do Novo Varejo e da revolução que estamos vivenciando no varejo mundial”, afirma Alberto Serrentino, sócio da BTR-Varese, na abertura do Seminário Digital “China pós Covid-19: o papel da Inovação e Ecossistemas”. Realizado 100% online pela BTR-Varese, o evento apresenta, em dois dias, 10 horas de muito conteúdo, com palestrantes internacionais mostrando como e por que a China tem transformado a economia mundial.

“A digitalização e a tecnologia têm um papel fundamental nessa transformação”, afirma Eduardo Terra, sócio da BTR-Varese. Para Eduardo e Alberto, na base dessa nova forma de fazer varejo estão seis fatores:

Mobilidade exponencial

Com o smartphone, veio uma grande mudança no comportamento dos consumidores, que passam a ter controle sobre como acessam informações, se relacionam com marcas e compram. “Hoje, com 80% dos lares brasileiros com acesso à internet e 220 milhões de smartphones, temos as condições para a transformação digital do varejo”, comenta Terra.

Cross border

O comércio eletrônico internacional é um aspecto muito importante do Novo Varejo, pois dá acesso instantâneo a produtos e serviços de qualquer lugar do mundo. “Essa é uma agenda importante, que temos no Brasil visto como ameaça, mas também representa uma enorme oportunidade, com vantagens fiscais e tributárias”, analisa Terra. Na China, o cross border é uma parte importante do varejo, permitindo que os consumidores locais acessem marcas de todo o mundo. “As marcas brasileiras ainda usam pouco essa oportunidade”, afirma.

Pagamentos digitais

Com base na mobilidade exponencial, o setor financeiro encontrou novas oportunidades de crescimento. Daí vem a revolução das fintechs e novas formas de relacionamento dos clientes com o sistema financeiro. “No Brasil, o sistema de pagamentos instantâneos – PIX é um divisor de águas importante, colocando o país na mesma página do mercado chinês”, explica Terra.

Obsessão por dados

O uso intensivo de dados permite mudar o foco das empresas, de produtos para clientes, e possibilita que as empresas ultrapassem fronteiras de canais e negócios.

Ecossistemas

Ao ultrapassar fronteiras e aproveitar as oportunidades de expansão do relacionamento com os clientes, as empresas passam a se organizar em plataformas que integram varejo, mídia, serviços financeiros, pagamentos digitais e logística, em prol de serviços diversificados que não se limitam em categorias. “Essa nova forma de conexão cria uma dinâmica totalmente diferente de desenvolvimento de negócios”, afirma Serrentino.

Reinvenção da loja

No Novo Varejo, a loja é mais que um lugar para compra e venda de produtos. “Ela se torna uma plataforma logística, um local de captação de clientes, um espaço para coleta de dados sobre os consumidores, um lugar de experiência e relacionamento. É uma forma muito mais ampla e saudável de pensar o contato com o consumidor”, diz Serrentino.

 

 

Fonte SBVC
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