Magazine Luiza sobe 12% após acordo de R$ 330 milhões

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O anúncio da renovação de um acordo para a venda de seguros – como as garantias estendidas para produtos – entre a seguradora francesa BNP Paribas Cardif e a varejista Magazine Luiza deu ânimo às ações da empresa brasileira, que fecharam em alta de 12,39% ontem, a R$ 8,80. Ao longo do dia, o papel chegou a subir 25%, chegando próximo da marca de R$ 10, mas o movimento de compras se desacelerou no período da tarde.

O valor a ser pago à varejista pelo direito de venda de seguros aos clientes do Magazine Luiza é de R$ 330 milhões, equivalente a cerca do dobro do valor de mercado da empresa na BM&FBovespa na segunda­feira, que era de R$ 172 milhões. O negócio servirá para dar fôlego ao caixa da empresa e também para reduzir a dívida da companhia, que somava R$ 1,3 bilhão em setembro. Os R$ 330 milhões arrecadados são equivalentes a cerca de um quarto do endividamento da varejista. Desconfiança. As companhias que vendem móveis e eletroeletrônicos estão entre as mais afetadas pela crise econômica.

Tanto Magazine Luiza quanto Via Varejo – braço do Grupo Pão de Açúcar que concentra as marcas Casas Bahia e Ponto Frio – vêm sendo castigadas pelo mercado financeiro. No acumulado de 2015, até ontem, Magazine Luiza e Via Varejo perderam 85,95% e 75,93%, respectivamente, em valor de mercado na Bolsa paulista. Embora a renovação com a BNP Paribas Cardif fosse prevista, o analista do banco Brasil Plural, Guilherme Assis, diz que o valor do contrato ficou acima do esperado – as projeções giravam em torno de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões.

“A empresa ganha um fôlego, já que a expectativa para o ano de 2016 é ruim por causa da queda da renda, da alta do desemprego e do aperto no crédito”, diz o analista.

As empresas do setor, de maneira geral, estão buscando reforço de caixa. A Via Varejo também anunciou, no início deste mês, a prorrogação de um contrato com o Bradesco para a oferta de cartões e serviços de correspondente bancário. O contrato, válido até 2029, é de R$ 703,7 milhões, sendo R$ 550 milhões em antecipação de contratos e R$ 153,7 milhões em remunerações adicionais. A oferta de serviços adicionais – como garantias estendidas, seguros e cartões de crédito – é vista com uma importante fonte adicional de receita para as varejistas, uma vez que a margem na venda de eletrodomésticos é baixa. Disputa pelo preço. Para Assis, do Brasil Plural, a possibilidade de a Via Varejo voltar a adotar uma estratégia de preço mais agressiva – estratégia já indicada pela companhia em divulgações de resultados – pode ser um obstáculo extra para o Magazine Luiza ao longo de 2016.

“Nos últimos anos, apesar de ter um terço do tamanho da Via Varejo, o Magazine Luiza conseguiu ganhar share (participação de mercado). Mas a verdade é que o poder de barganha com fornecedores da Via Varejo, que concentra cerca de 30% do mercado, é bem maior”, ressalta o analista.

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