Farmácias driblam a crise e esperam bom crescimento no País

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Apesar do baixo crescimento da economia brasileira e do desempenho negativo na produção da indústria farmacêutica no início deste semestre, as redes de farmácias apostam num ano bem positivo para o varejo do setor.
De janeiro a julho, as grandes redes, representadas pela Abrafarma, tiveram faturamento bruto de R$ 13,518 bilhões, crescimento de 12% sobre igual período do ano passado. Considerando 12 meses, até julho, chega a R$ 26,667 bilhões, um aumento de quase 13% sobre um ano antes, segundo o presidente da entidade, Sergio Mena Barreto.

“Nós temos crescido nos últimos cinco anos em torno de 16% a 18% ao ano. Em 2013, devemos crescer entre 13% e 15%. O ano começou mais fraco do que imaginávamos, embora o setor seja um pouco imune a crises. Ele não é muito impactado com movimentos de créditos e essas coisas todas”, afirma.

Apesar de os medicamentos ainda responderem pela maior parte do faturamento da grandes redes, na casa dos 70%, as vendas de não medicamentos têm crescido muito mais.

De acordo com Barreto, nos últimos 12 meses, até julho, as vendas de remédios cresceram 11,5%, enquanto que as de não medicamentos saltaram 16,9%, com destaque para os produtos premium, principalmente voltados para higiene e beleza.
“Isso tem a ver 100% com a melhoria de renda e ascensão da classe C”, diz Barreto, acrescentando que o consumidor típico das farmácias são as mulheres.

“Eu diria que, antigamente, essas consumidoras compravam produtos mais sofisticados uma vez por ano. Elas testavam o produtos para o cabelo, para a pele, mas não tinham o hábito de comprá-los. Agora eles passaram a fazer parte da cesta básica delas.”

O presidente da Abrafarma destaca que esses produtos premium não são encontrados nos supermercados: “Foi a farmácia que descobriu esse nicho.”

O executivo destacou também o crescimento das vendas dos genéricos nas redes, que chega a 15,5% em 12 meses até julho, movimento que mostra também a busca do consumidor por medicamentos de baixo custo.
Genéricos custam 56% menos que marcas de referência.

Além disso, as diferenças de preços entre um estabelecimento e outro chegaram a mais de 1.000%. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medicamento de referência é o produto inovador registrado no órgão federal competente, cuja eficácia, segurança e qualidade tenham sido comprovadas cientificamente. De acordo com a Anvisa, os genéricos e similares podem ser considerados “cópias” do medicamento de referência.

Foram apurados os preços de 58 medicamentos, dos quais 29 de referência e 29 com o mesmo princípio ativo ou genérico, encontrados em 15 drogarias, em cinco regiões da capital paulista. Na comparação entre os genéricos, constatou-se diferença de l.l32% na caixa com 20 comprimidos de diclofenaco sódico (50 mg), que custava R$ 1 em um estabelecimento e em outro, R$ 12,32.

Já entre os produtos de referência, o mesmo produto chegou a apresentar diferença de 364,29% de uma farmácia para outra. Foi o caso do Dexason (acetato de dexametasona, 1mg/g), do laboratório Teuto, 1mg/g em creme de 10g, cujos preços variaram entre R$ 2,10 e R$ 9,75.

Segundo o presidente da Abrafarma, essa diferença de preços depende muito do laboratório que está trabalhando com aquele produto, da região, dos níveis de estoques. “Há políticas comerciais, de penetração no mercado, uma série de fatores totalmente diferentes que pesam nos preços.”

“A farmácia não tem margem, ela é um negócio que, ao final das contas, vai dar um lucro líquido de 3% se for muito bem administrada. Essa margem toda, essa diferença de preço, que existe entre um produto e outro, é concedida pelo laboratório. Se ele tem condições, se está com estoque parado ou não, se fez uma parceria muito especial de volume com aquela farmácia específica, e assim vai”, completou.

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