Cooperação como o caminho para inovação tecnológica

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*Por Gustavo Carrer

A inovação talvez tenha sido o tema mais presente no ambiente de negócios nas primeiras décadas deste século. Talvez pelo sucesso de empresas reconhecidamente inovadoras ou simplesmente pelo aumento da competição em todos os setores da economia.

A disputa por um cliente cada dia mais exigente, que tem na palma da mão um universo de opções, tem impulsionado varejistas a elevar os investimentos em tecnologia, ano após ano. Inovação é criar algo novo, único, com benefício claro e mensurável, e não há como fazer isso sem assumir riscos. Em geral, quanto mais arrojada ou disruptiva for a ideia, maiores são os riscos tomados.

Assumir riscos é entender que muitas ideias e, consequentemente, muitos investimentos darão em nada. Poucos gostam desse lado nada glamouroso da inovação que é o fracasso da grande maioria das iniciativas.

Essa característica do processo de inovação tende a afastar empresas consolidadas, acostumadas a ganhar dinheiro repetindo a mesma fórmula que outrora foi inovadora. Por outro lado, empresas menores ou iniciantes, que têm menos a perder, abraçam projetos promissores, porém, não possuem base de clientes relevante ou recursos (materiais, financeiros ou humanos) para sustentar a ideia pelo tempo necessário.

Gustavo Carrer é gerente de desenvolvimento de Negócios da Gunnebo

Um dos caminhos para solucionar esse desafio inerente da inovação é a cooperação entre os agentes de mercado: varejistas, fornecedores de tecnologia consolidados e startups. Não se trata de uma tarefa fácil, pois é necessário criar um ambiente de confiança e colaboração onde as relações, em grande medida, já estão estabelecidas:

  • Varejistas e grandes fornecedores de tecnologia travam negociações duras;
  • Varejistas confiam na capacidade de atendimento dos grandes fornecedores de tecnologia, mas nem tanto nas startups;
  • Grandes fornecedores de tecnologia investem em inovação, mas nem sempre conseguem avançar na mesma velocidade ou abrangência que um exército de startups;
  • Grandes fornecedores de tecnologia ainda enxergam as startups como concorrentes e vice-versa;
  • Startups precisam da credibilidade e do relacionamento dos grandes fornecedores de tecnologia para testar seus projetos em varejistas relevantes;
  • Startups precisam da estrutura de vendas e assistência técnica dos grandes fornecedores de tecnologia para escalar seus negócios.

Devido a necessidade latente de melhorar resultados através da inovação, muitas barreiras estão sendo quebradas e uma nova visão das relações com fornecedores de tecnologia está sendo construída, com maior transparência e confiança de ambos os lados. Varejistas se sentem mais seguros com o envolvimento de fornecedores consolidados, com sua estrutura e marcas a zelar.

Grandes fornecedores de tecnologia avançam mais rapidamente em campos onde ainda não dominam a tecnologia e as startups acessam mercados que não conseguiriam sozinhas. A colaboração mais intensa do varejo com grandes fornecedores de tecnologia e startups, talvez seja o melhor caminho para acelerar a tão desejada inovação.

*Gustavo Carrer é  gerente de Desenvolvimento de Negócios da Gunnebo, palestrante, consultor da série Mãe S/A do Fantástico da Globo e do Mundo S/A da Globo News e colunista do Portal Newtrade.
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